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04/Ago/2021

Brasil pode liderar produção de hidrogênio verde

O Brasil é capaz de liderar o mercado de hidrogênio verde com um preço competitivo por conta da sua vocação para energia limpa. Segundo a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, até 2025 as estratégias estarão definidas e o hidrogênio verde vai entrar com força no mercado global, e vai mudar toda a forma de negociação da energia no mundo inteiro. Grandes consórcios já estão sendo formados na Europa para entrar no mercado de hidrogênio verde, e os olhos da Alemanha estão atentos ao Brasil. Outros países, porém, devem entrar nessa disputa, inclusive o Paraguai, que quer utilizar a energia que hoje não usa da usina hidrelétrica binacional de Itaipu, para produzir hidrogênio verde visando exportação. O Paraguai tem direito a metade da energia de Itaipu, mas como não a utilizava, vendia cerca de 40% da sua parte para o Brasil, modelo que vem sendo modificado e pode mudar de vez com a renegociação do contrato, que vence em 2023.

O Paraguai quer o direito de negociar a energia excedente com outros países, inclusive para a produção de hidrogênio verde. A Alemanha anunciou a meta de atingir a descarbonização da economia até 2050. Para isso, vai precisar importar 90% do hidrogênio verde de que necessita. Marrocos é outro concorrente para o hidrogênio verde brasileiro, e pretende construir dutos para levar o insumo até a Alemanha, o que lhe dará vantagem sobre o produto do Brasil que, para chegar ao país europeu, teria adição de gases de efeito estufa no transporte. Não adianta gerar hidrogênio verde e colocar num navio que usa óleo pesado até a Europa. Esse balanço de carbono vai custar. Mas, já existem estudos para navios baseados em amônia, por exemplo, a amônia verde poderia ser usada como combustível para navios grandes. A estimativa é de que o mercado de hidrogênio verde possa movimentar cerca de 40 bilhões de euros até 2030.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), até o momento o Brasil está desenvolvendo dois grandes projetos: no Ceará e no Porto do Açu (RJ). Não há barreiras para o início da produção de hidrogênio verde no País. Não precisa ter regras novas para produção de hidrogênio, o País tem arcabouço regulatório para aproveitar essa oportunidade. O hidrogênio verde que será produzido no Brasil poderá se tornar o mais competitivo do mundo, atingindo o preço de US$ 0,55 por Kg, à frente dos vizinhos Argentina e Chile. O projeto de hidrogênio no Porto do Açu envolve também outra inovação no Brasil: plantas de geração eólica offshore, que serão instaladas na frente do Porto. A geração eólica offshore vai ser de importância relevante para o hidrogênio verde no Brasil. Além desses projetos, o Porto do Açu prevê uma planta de hidrogênio verde e outra de amônia baseada em hidrogênio verde, além da produção de energia pelas ondas do mar. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.