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03/Ago/2021

Cooperativas têm faturamento recorde em 2020

De acordo com dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro, divulgado nesta segunda-feira (02/08) pela Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), impulsionado pela alta dos preços das commodities agrícolas, o faturamento das cooperativas agropecuárias do País cresceu 30,5% no ano passado, para R$ 239,2 bilhões. As sobras (lucros) chegaram a R$ 9,6 bilhões, em alta de 74,5% em relação à 2019. O primeiro trimestre do ano passado foi marcado por apreensão, já que as cooperativas não sabiam como seriam os comportamentos dos mercados em meio à pandemia de Covid-19. Passado esse momento, os grupos decidiram manter seus investimentos, que somaram cerca de R$ 12 bilhões no ano. Para ganhar eficiência e reduzir custos, muitas cooperativas brasileiras optaram por fusões e incorporações no ano passado.

Com isso, o número de grupos de todos os setores caiu 8,4% em relação a 2019, para 4.868. No agronegócio, a queda foi menor: 4%, para 1.173. O movimento é natural e já foi observado em outros países, pois a concentração das atividades em menos cooperativas ajuda a dar escala aos trabalhos. A Dinamarca já teve quase mil cooperativas de laticínio. No correr de 30 anos, restou apenas uma cooperativa, mas ela é a maior da Europa e consegue dar respostas melhores do que as menores. A organização reforça que a queda no número de cooperativas no Brasil não significa uma retração do setor. Tanto que houve crescimento de 11% no número de cooperados, em geral, para 17,2 milhões. No agronegócio, houve alta de 0,9% e a marca de 1 milhão de associados foi superada.

Por ser um setor mais tradicionalista, as transições no agronegócio são mais lentas. Nas assembleias de cooperativas, há uma participação muito grande de jovens, mas o cooperado, a pessoa física associada, ainda é o pai. O cooperativismo rural devolveu R$ 8,5 bilhões aos cofres públicos em impostos em 2020, valor 30% maior do que o registrado um ano antes. Outros R$ 7,1 bilhões foram pagos em salários e benefícios aos 223 mil funcionários, aqui também houve avanço: em 2019 o setor gerava 207,2 mil empregos diretos. As cooperativas agropecuárias são divididas em sete segmentos principais, sendo que boa parte dos grupos atua em mais de uma frente. O principal é o de insumos e bens de fornecimento, em que 38% das empresas estão inseridas.

Depois vêm produtos não industrializados de origem vegetal (26%), produtos não industrializados de origem animal (11%), produtos industrializados de origem vegetal (10%), produtos industrializados de origem animal (8%), serviços (2%) e escolas técnicas de produção rural (2%). Minas Gerais liderou em número geral de cooperativas em 2020 (756). Em número de cooperados do setor agrícola, no entanto, o Rio Grande do Sul está à frente com folga, concentrando quase um terço do total (mais de 322 mil pessoas). A participação feminina no cooperativismo também está aumentando. Mulheres representam 40% dos cooperados, aumento de 2% em relação ao ano anterior. No setor agropecuário, o percentual cai para 15%. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.