ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

02/Ago/2021

Desemprego está em patamares elevados em 2021

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,6% no trimestre encerrado em maio. No trimestre até abril, a taxa de desocupação estava em 14,7%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.547,00 no trimestre encerrado em maio. O resultado representa queda de 3,2% em relação a igual período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 215,5 bilhões no trimestre até maio, recuo de 2,5% ante igual período do ano anterior. O País tinha 14,795 milhões de desempregados no trimestre encerrado em maio. A taxa de desemprego passou de 14,4% no trimestre encerrado em fevereiro para 14,6% no trimestre terminado em maio. O total de desocupados cresceu 2,6% em relação a fevereiro, 372 mil pessoas a mais em busca de uma vaga.

Em relação a maio de 2020, o número de desempregados aumentou 16,4%, 2,085 milhões de pessoas a mais procurando trabalho. A população inativa somou 75,803 milhões de pessoas no trimestre encerrado em maio, 628 mil a menos que no trimestre móvel imediatamente anterior. Em relação ao mesmo período de 2020, a população inativa aumentou em 840 milhão de pessoas, alta de 1,1%. No trimestre terminado em maio de 2021, faltou trabalho para 32,946 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho subiu de 29,2% no trimestre até fevereiro para 29,3% no trimestre até maio. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até maio de 2020, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 27,5%.

A população subutilizada subiu 0,9% ante o trimestre até fevereiro, 305 mil pessoas a mais. Em relação ao trimestre até maio de 2020, houve um avanço de 8,5%, mais 2,575 milhões de pessoas. Dentro do contingente para o qual faltava trabalho, havia 5,710 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em maio. O resultado significa 242 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em fevereiro, um recuo de 4,1%. Em um ano, 299 mil pessoas a mais caíram em situação de desalento, alta de 5,5%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade, e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

O trimestre encerrado em maio de 2021 mostrou a abertura de 102 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em fevereiro. Na comparação com o trimestre até maio de 2020, 1,304 milhão de vagas com carteira assinada foram perdidas no setor privado. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 29,798 milhões no trimestre até maio. Os dados são diferentes, tanto em termos de metodologia quanto de período de referência, das informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), registro administrativo de responsabilidade do Ministério da Economia, divulgadas no dia 29 de julho. Conforme o saldo de demissões e admissões do Caged, foram criadas 309.114 vagas de emprego formal em junho, após a criação de 276.043 postos em maio. No acumulado do primeiro semestre de 2021, ao saldo do Caged aponta para a criação de 1,536 milhão de vagas. Nos seis primeiros meses do ano passado, foram extintos 1,198 milhão de empregos formais, em meio à crise causada pela Covid-19.

O País alcançou uma taxa de informalidade de 40,0% no mercado de trabalho no trimestre móvel até maio, com 34,712 milhões de trabalhadores atuando informalmente. Em um trimestre, 698 mil pessoas a mais passaram a atuar como trabalhadores informais. Na comparação com o trimestre móvel encerrado em maio de 2020, são 2,415 milhões a mais na informalidade. Ainda assim, esse contingente está abaixo dos níveis pré-pandemia. O auge desse contingente foi registrado no trimestre móvel terminado em novembro de 2019, com 38,833 milhões de trabalhadores. O contingente do trimestre até maio está 4,121 milhões abaixo do pico pré-pandemia. Nesse grupo, 9,804 milhões de trabalhadores atuavam no setor privado sem carteira assinada, 8 mil a mais que no trimestre móvel anterior imediatamente anterior. Em relação ao trimestre até maio de 2020, foram criadas 586 mil vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria, majoritariamente informal, ganhou 720 mil pessoas a mais em um trimestre.

Em relação ao patamar de um ano antes, há 1,958 milhões de trabalhadores por conta própria a mais, totalizando 24,373 milhões de pessoas. Na comparação com um ano antes, o trabalho por conta própria puxou a geração de vagas, verificada no crescimento da população ocupada. O crescimento de 2 milhões de trabalhadores nesse contingente foi puxado por quatro atividades econômicas: 27% dessas novas vagas foram na agricultura e pecuária, 25% na construção civil, 24% nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas e o restante, nas demais atividades. Embora as atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas sejam normalmente exercidas por profissionais liberais, com maior qualificação, o crescimento do trabalho por conta própria foi marcado pela informalidade. Em um ano, são 1,619 milhão a mais de trabalhadores por conta própria sem CNPJ.

A massa de salários em circulação na economia encolheu em R$ 5,546 bilhões no período de um ano, para R$ 215,496 bilhões, uma queda de 2,5% no trimestre móvel encerrado em maio em relação a igual período de 2020. Na comparação com o trimestre móvel terminado em fevereiro, a massa de renda real ficou estável, com R$ 104 milhões a menos. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve queda de 1,0% na comparação com o trimestre até fevereiro, R$ 26 a menos. Em relação ao trimestre encerrado em maio do ano passado, a renda média recuou 3,2%, R$ 85 a menos, para R$ 2.547,00. O comércio fechou 289 mil vagas no trimestre móvel encerrado em maio ante o trimestre terminado em fevereiro. Também houve perdas de vagas nos outros serviços (-80 mil) e em transporte, armazenagem e correio (-14 mil) em um trimestre.

Ainda na comparação com o trimestre móvel imediatamente anterior, houve contratações na indústria (75 mil), alojamento e alimentação (95 mil), agricultura, pecuária, produção florestal pesca e aquicultura (167 mil), serviços domésticos (127 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (408 mil) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (116 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, a agricultura ganhou 770 mil trabalhadores. Também houve contratações na construção (653 mil) e em informação, comunicação e atividades financeiras (584 mil). Houve perdas em todas as demais atividades. O comércio dispensou 290 mil trabalhadores. Alojamento e alimentação fecharam 200 mil vagas; administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais demitiram 259 mil trabalhadores; a indústria dispensou 14 mil funcionários. Transporte e armazenagem perderam 201 mil vagas, e os outros serviços demitiram 322 mil pessoas.

Considerando a posição na ocupação, o setor público fechou 301 mil vagas em um ano. Ainda entre os grupamentos de atividade econômica, os serviços domésticos ganharam 8 mil trabalhadores em um ano. Considerando a posição na ocupação, o contingente de trabalhadores domésticos caiu 0,1% em um ano, com 5 mil trabalhadores a menos na comparação com o trimestre móvel terminado em maio de 2020. Na comparação com o trimestre móvel terminado em fevereiro, são 120 mil trabalhadores domésticos a mais. O quadro de estabilidade no trabalho doméstico não é motivo de comemoração. O serviço doméstico teve uma estabilidade, mas sofreu muito em 2020. A estabilidade remonta a perdas muito grandes. Grande parte do aumento no número de desempregados na comparação deste ano com 2020 se deve a um movimento de volta dos trabalhadores ao mercado de trabalho. São 2,085 milhões de pessoas a mais na fila do desemprego, procurando trabalho. Com isso, a taxa de desemprego passou de 12,9% no trimestre encerrado em maio de 2020 para 14,6% no trimestre terminado em maio último.

O contingente de desempregados vem se mantendo nas máximas da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. A alta no desemprego na comparação com um ano antes se deve a uma particularidade da crise causada pela Covid-19 sobre o mercado de trabalho. Num primeiro momento da pandemia, os trabalhadores que perderam seus empregos, formais ou informais, ficaram em casa, sem procurar trabalho, por causa das restrições ao contato social. Pelas metodologias internacionais seguidas pelo IBGE, só é considerado desempregado quem está em busca de emprego. Muitas pessoas, embora não estivessem trabalhando, não estavam procurando. Com a passagem do tempo, a flexibilização de medidas de restrição ao contato social e a necessidade de buscar renda, levaram os trabalhadores a voltar ao mercado, buscando emprego ativamente. Em termos de desocupação, grande parte do crescimento tem a ver com as circunstâncias da pandemia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.