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29/Jul/2021

Dólar fecha no menor patamar em duas semanas

O dólar fechou com a maior queda e no menor patamar em duas semanas nesta quarta-feira (28/07), sofrendo vendas na parte da tarde depois de o Fed (o banco central norte-americano) indicar que manterá estímulos monetários por mais tempo. O dólar caiu 1,26%, a R$ 5,11. A baixa percentual é a mais forte desde o dia 14 de julho, quando o dólar recuou 1,87%. O patamar é o menor desde a mesma data, em que a moeda encerrou a R$ 5,08. Há dias, o mercado vinha em uma espera ansiosa pela sinalização que o Fed daria ao fim de sua reunião de política monetária. O comunicado da conclusão do encontro foi divulgado às 15h (de Brasília) e, imediatamente depois, o dólar saltou mais de 300 "pips", saindo de R$ 5,16 para R$ 5,19 (a máxima da sessão), com alta de 0,35%. À medida que os operadores iam lendo o documento e, sobretudo, ouviam declarações do chair do Fed, Jerome Powell, os investidores entraram com força na venda de dólares.

No fim do pregão, a moeda tocou R$ 5,10, queda de 1,34%. Jerome Powell afirmou que o mercado de trabalho dos Estados Unidos ainda tem "algum terreno a cobrir" antes que seja hora de retirar o apoio econômico e afirmou também que a inflação mais alta segue como reflexo de fatores transitórios. O Fed foi bastante 'dovish' (pró-estímulos). Deixou em aberto o possível corte de estímulos. E ainda há milhões de empregos perdidos. Então, a preocupação do Fed continua. O Fed mais ameno deve se combinar a um Copom na semana que vem mais "hawkish" (duro com a inflação), o que deverá beneficiar o Real. A moeda brasileira teve nesta sessão o segundo melhor desempenho global, superado apenas pelo peso colombiano (+1,4%). O dólar perdia ante 29 de 33 pares, em queda de 0,22% contra uma cesta de rivais. O movimento de queda do dólar no Brasil pode ser mais persistente. Além de um Copom mais duro, especialmente se vier uma alta de 1% da Selic (taxa de juros), ainda tem a balança comercial melhor, além do fiscal, com queda da dívida. Isso tende a atrair capital para o Brasil.

Faltando exatamente uma semana da decisão de juros pelo Copom, as elevações de estimativas para Selic e inflação continuam. O BNP Paribas passou a ver juro básico de 8,5% ao término de 2022, depois de fechar este ano em 7,5%, contra expectativas anteriores de 7,5% e 6,5%, respectivamente. A Selic está em 4,25%, e o BNP projeta acréscimo de 1% em cada uma das duas próximas reuniões (agosto e setembro). O ritmo rápido de normalização da taxa de juros é um bom presságio para a competitividade do Real em 'carry' no universo dos mercados emergentes e que a moeda não tem sido totalmente impactada pela melhora nas transações correntes, nos termos de troca e na balança comercial. O BNP segue com uma posição otimista estrutural em Real, financiada por euros. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.