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29/Jul/2021

Preços ao produtor avançam em junho ante maio

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 1,31% em junho. A taxa de maio foi revista de 1,00% para elevação de 0,99%. O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Com o resultado de maio, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumulou aumento de 19,11% no ano. A taxa acumulada em 12 meses foi de 36,1%. Ambas as variações acumuladas, tanto no ano até junho quanto em 12 meses, são as maiores já registradas na série histórica do IPP, iniciada em 2014.

Considerando apenas a indústria extrativa, houve avanço de 8,71% em junho, após a queda de 0,43% registrada em maio. A indústria de transformação registrou aumento de 0,76% em junho, ante elevação de 1,09% no IPP de maio. A alta de 1,31% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em junho foi puxada pelo avanço de 1,56% nos bens intermediários. Sozinha, essa categoria teve impacto de 0,92% na variação agregada do IPP. Ainda entre as grandes categorias econômicas, houve alta de 0,71% nos bens de capital em junho, com impacto positivo de 0,05% na variação agregada. Os bens de consumo subiram 1,01% em junho, com variação de 2,03% nos bens de consumo duráveis e 0,81% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No total, os bens de consumo contribuíram com 0,35% no avanço agregado do IPP de junho, com impacto de 0,11% nos bens de consumo duráveis e 0,23% nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis. A alta nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em junho foi decorrente de avanços em 18 das 24 atividades pesquisadas. A alta foi puxada pelas indústrias extrativas, cujos preços saltaram 8,71% em junho, com impacto de 0,60% na alta agregada do IPP. Apesar da apreciação do Real, os preços dos produtos da área do petróleo ou da mineração acompanharam as elevações do mercado externo. Além dessa atividade, as maiores altas foram registradas em produtos de metal (2,80%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,60%) e minerais não-metálicos (2,50%).

Em termos de impacto, além das indústrias extrativas, as maiores influências vieram de outros produtos químicos (0,19%, diante de uma alta de 2,16% em junho), produtos de metal (0,08%, com alta de 2,80%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (0,07%, com avanço de 2,60% em junho). Nos produtos de metal, assim como já vem ocorrendo desde o início do ano, o aumento em junho se justifica, em grande parte, pelos maiores preços das matérias-primas utilizadas no setor, em especial o aço. No caso dos outros produtos químicos, os resultados observados estão ligados principalmente aos preços internacionais e à variação de preços de diversas matérias-primas importadas ou não, como, por exemplo, a nafta.

Isoladamente em junho, os maiores responsáveis pelos aumentos estão no grupo “fabricação de produtos químicos inorgânicos”, mais especificamente nos fertilizantes. A variação de preços nesse grupo foi de 9,33% em junho, acumulando variação de 44,81% no ano e 56,11% nos últimos 12 meses. Os preços dos outros produtos químicos tiveram a terceira maior variação de preços no acumulado do ano e a quarta no acumulado em 12 meses. Na contramão da alta no Índice de Preços ao Produtor (IPP) de junho, os preços do setor de alimentos caíram 0,05%. Foi o primeiro resultado negativo desde dezembro de 2020, quando houve queda de 1,05%. Ainda assim, os preços dos alimentos acumulam alta de 8,60% no ano até junho. No acumulado em 12 meses, a variação até junho ficou em 31,08%, maior que a do mês anterior (30,18%).

Os preços dos alimentos no IPP acumulam alta acima dos 30% em 12 meses desde setembro de 2020, quando essa variação estava em 32,51%. No IPP de junho, o alívio nos preços do setor de alimentos foi puxado pelo “açúcar VHP (very high polarization)” e pelos “resíduos da extração de soja”. A queda dos preços desses dois produtos está em linha com a apreciação do Real (4,9%, em relação a maio; 2,2% no acumulado no ano; e 3,2% nos últimos 12 meses), mas também sofreu influências externas, como a chegada da safra de soja argentina no mercado mundial. O alívio só não foi maior porque os produtos que usam o leite como matéria-prima ficaram mais caros. Com a seca observada no País, a captação nas bacias leiteiras tem sido limitada, o que faz com que o produto suba de preços, influenciando toda a cadeia industrial posterior. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.