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27/Jul/2021

Dólar sofre queda com atenções voltadas ao Fed

O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (26/07), com as vendas da moeda no exterior se estendendo às operações locais num dia de retomada de apetite por risco e na antevéspera da decisão de política monetária nos Estados Unidos. De forma geral, o mercado doméstico de câmbio segue instável, enquanto investidores se preparam também para a decisão do Copom na próxima semana. O dólar fechou em baixa de 0,68%, a R$ 5,17. A moeda oscilou de R$ 5,23 (+0,40%) a R$ 5,15 (-1,11%). No exterior, o dólar cedia 0,3%, com um bom número de moedas de perfil semelhante ao do Real ganhando terreno. Indicando maior demanda por ativos arriscados, as bolsas de valores nos Estados Unidos subiram, o ouro caiu e o petróleo fechou em alta.

O foco total dos agentes financeiros está nas sinalizações a serem dadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta quarta-feira (28/07), especialmente no momento em que o mercado enfrenta renovados temores da pandemia e potencial impacto sobre uma economia que produz números mais altos de inflação. Analistas do Citi esperam que o Fed seja de forma geral neutro e, por isso, veem sentimento de risco ainda positivo, preferindo vender dólar em momentos de alta da moeda. O índice do dólar sobe 3,3% desde as mínimas de junho. A perspectiva global para a moeda é importante para análises sobre a performance do Real no Brasil devido à correlação entre as divisas. Relatório do Morgan Stanley mostra que o Real tem o beta (uma medida de sensibilidade) mais alto em relação ao dólar dentre uma lista de divisas emergentes.

Uma semana após a decisão do Fed, será a vez de o Comitê de Política Monetária anunciar seu parecer sobre juros no Brasil. No fim da semana passada, os mercados de câmbio e de ações no Brasil sentiram o baque observado nos contratos de DI, que dispararam em meio a dúvidas sobre como o Banco Central reagirá a evidências de inflação persistentemente elevada, num momento em que outros mercados emergentes promovem fortes altas de juros tendo como pano de fundo incertezas sobre o Fed. Os DIs se acomodaram nesta sessão, e o Ibovespa subiu 0,76%, segundo dados preliminares. Por ora, a aposta do Morgan Stanley é que o dólar se manterá acima de R$ 5,00 no curto prazo, mas com a moeda brasileira não sendo uma opção de venda relevante. Um Banco Central mais proativo provavelmente conteria parcialmente uma alta do dólar/Real.

O banco recomenda venda de puts (opções de venda) de dólar/Real com delta (uma medida de sensibilidade da opção) 25 e preço de exercício de R$ 5,00 por dólar. Analistas chamaram atenção para a China, depois que as ações do país tiveram forte queda na madrugada em meio ao aperto do cerco regulatório pelo governo chinês. O Société Générale avaliou que um potencial catalisador de alta global para o dólar seria uma depreciação do yuan chinês, conforme especulações de uma segunda redução de depósitos compulsórios pelo governo do país asiático aumenta a divergência entre as políticas monetárias da China e dos Estados Unidos, tornando-a mais favorável ao dólar. O yuan negociado fora da China continental ("offshore") perdia 0,1%, a R$ 6,48 por dólar, no fim da tarde desta segunda-feira (26/07). Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.