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19/Jul/2021

Dólar recua com o ambiente doméstico favorável

O dólar fechou perto da estabilidade ante o Real na sexta-feira (16/07), mas apresentou baixa no acumulado da semana passada, com a percepção de um cenário doméstico favorável para a moeda brasileira voltando a compensar temores sobre uma possível redução de estímulos nos Estados Unidos. O dólar fechou com uma oscilação negativa de 0,01%, a R$ 5,11. Na B3, o principal contrato de dólar futuro tinha variação positiva de 0,02%, a R$ 5,12. Mais cedo, na mínima do dia, o dólar chegou a cair para R$ 5,07, antes de recuperar essas perdas em linha com uma piora no sentimento dos investidores internacionais. A moeda norte-americana encerrou a semana passada em queda de 2,6% frente ao Real. Vários investidores têm apontado para a alta recente nos preços das commodities, bem como sinais de retomada da economia doméstica e a perspectiva de uma taxa Selic mais alta, como fator de impulso para o Real frente ao dólar.

Os fundamentos continuam bons para a moeda brasileira: há termos de troca positivos, o que gera fluxos de entrada no mercado local. Enquanto isso, o Congresso Nacional está iniciando um período de recesso, após a aprovação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022, e só retorna no início de agosto. Pode haver período mais calmo na política com o recesso parlamentar. Ainda assim, a notícia de que a LDO quase triplicou a previsão de recursos para financiamento eleitoral em 2022, de 2 bilhões de reais para 5,7 bilhões, gerou alguns ruídos nos mercados. Por se tratar de uma despesa primária sujeita ao teto, o fundo de financiamento de campanhas reduz a quantia de recursos disponíveis para outras políticas públicas, com certeza, de maior relevância. O mercado deve continuar com tom negativo sobre o tema. Enquanto isso, no exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes tinha leves ganhos nesta tarde, à medida que os investidores monitoravam as perspectivas para a política monetária dos Estados Unidos.

Embora o chair do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, tenha prometido apoio poderoso para ajudar na recuperação econômica dos Estados Unidos repetidas vezes, definindo as pressões inflacionárias como transitórias, dados recentes apontam para preços cada vez mais altos na maior economia do mundo. Em circunstâncias normais, indicações das autoridades monetárias e econômicas de que a inflação está alta ou que alguma variável está fora de esquadro deveriam provocar uma retração nos fluxos de dinheiro para os ativos de risco, só que as circunstâncias não estão nem são normais. Há um excesso de dinheiro em circulação na economia global, e nada indica que o fluxo que encheu esse reservatório ao ponto de transbordar vai diminuir. Caso o banco central norte-americano decida adotar uma postura mais dura para conter a inflação, reduzindo seu estímulo e elevando os juros mais cedo do que o esperado, os mercados financeiros de países emergentes podem sofrer com o redirecionamento de recursos para os Estados Unidos. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.