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14/Jul/2021

Grãos: EUA indicam cautela com relação à China

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para baixo o superávit do mercado de soja previsto em 2021/2022, de 4,5 milhões de toneladas para 3 milhões de toneladas, em relatório mensal divulgado no dia 12 de julho. A diminuição, contudo, não parece tão significativa. Após uma análise minuciosa é possível observar uma similaridade em todas as projeções revisadas: os sinais de desaceleração das expressivas importações vindas da China. Na temporada 2020/2021, o gigante asiático deve importar “somente” 98 milhões de toneladas de soja, em vez de 100 milhões de toneladas.

Já na safra 2021/2022 o volume deve ser de 102 milhões de toneladas e não de 103 milhões de toneladas. As vendas do Brasil e da Argentina, nesta temporada, devem ser menores do que se esperava inicialmente, ambos os números foram revisados para baixo em cerca de 3 milhões de toneladas. Em relação aos Estados Unidos, o governo norte-americano já havia feito previsões cautelosas para a próxima safra, quando a nova temporada da soja será embarcada, e previa uma queda significativa em relação a 2020/2021.

O movimento, no entanto, não parece coincidir com o relatório das autoridades alfandegárias da China, que registrou em junho o terceiro maior valor de importação de todos os tempos (10,7 milhões de toneladas), o que constitui um aumento de 11% em comparação com maio. Vale destacar que os embarques brasileiros atrasados também chegaram em junho. As importações no primeiro semestre cresceram 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O USDA está cada vez mais cauteloso com suas projeções para as importações chinesas e provavelmente o movimento se deve às margens de processamento do país, tão atraentes no início do ano, mas que se tornaram negativas.

A cautela se deve à queda nos preços da carne suína, depois que um grande número de suínos foi abatido por medo de outro grande surto de peste suína africana (PSA) e muita carne foi importada. O preço da soja na Bolsa de Chicago, no contrato mais ativo, encerrou em alta de 1,5% no dia 12 de julho, no entanto, em virtude da preocupação de que o clima nas próximas semanas, principalmente em agosto (um mês particularmente importante para o desenvolvimento da safra), poderia prejudicar as perspectivas de safra nos Estados Unidos. Em contrapartida, a perspectiva deu suporte ao preço do milho, apesar do USDA revisar para cima a expectativa para a safra do país norte-americano em 2021/2022, para um valor recorde de 385,2 milhões de toneladas diante de uma maior área plantada.

Ao mesmo tempo, o USDA reduziu sua estimativa da safra 2020/2021 do Brasil em 5,5 milhões, para 93 milhões de toneladas, embora ainda seja maior do que muitas outras estimativas. O preço do trigo, por sua vez, subiu 4%, já que a temporada dos Estados Unidos está prevista para ser 4 milhões de toneladas menor do que se esperava anteriormente, por causa do ruim desenvolvimento da safra do trigo de primavera. A safra geral, de 47,5 milhões de toneladas, deve ser reduzida aquém até mesmo do número do já fraco ano anterior. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.