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09/Jul/2021

Preços globais de alimentos têm 1ª queda do ano

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) caiu 124,6 pontos em junho, queda de 3,2 pontos (2,5%) ante maio, mas ainda 31,5 pontos (33,9%) acima do nível do mesmo período do ano passado. O recuo marcou a primeira queda mensal em um ano, após doze aumentos mensais consecutivos. O resultado mensal refletiu as quedas nos preços de óleos vegetais, cereais e, em menor grau, nos preços dos lácteos, que compensaram os preços mais baixos nos mercados de carnes e açúcar. O subíndice de preços dos cereais teve média de 129,4 pontos em junho, queda de 3,5 pontos (2,6%) em relação a maio, mas ainda 32,7 pontos (33,8%) acima de seu valor de junho de 2020. Entre os principais cereais, o milho, depois de atingir o seu nível mais alto em maio, os preços internacionais caíram 5% em junho. O enfraquecimento foi impulsionado pelas safras de milho da Argentina, maiores do que as esperadas anteriormente.

Entre outros grãos, os preços internacionais da cevada e do sorgo também caíram em junho, caindo 2,2% e 4,9%, respectivamente. Em relação ao trigo, os preços registraram leve queda (0,8%) em junho, mas permaneceram acima dos valores do ano passado em mais de 31%. A perspectiva global, sustentada por produções maiores, compensou a tendência altista das condições de seca que afetaram as safras na América do Norte. Também em território negativo, os preços do arroz também caíram no último mês, atingindo as mínimas de quinze meses, diante dos altos custos de frete e a escassez de contêineres, que limitam as exportações. O subíndice de preços dos Óleos Vegetais caiu consideravelmente 9,8%, a primeira baixa em quatro meses, pressionado pela queda nos preços do óleo de palma, soja e girassol, disse o órgão. As cotações internacionais do óleo de palma, após doze meses consecutivos de alta, recuaram em junho, em virtude dos ganhos sazonais de produção nos principais países produtores e pela falta de demanda de importação de novos produtos.

As expectativas de consumo menor do que o previsto para o óleo de soja, por parte dos produtores de biodiesel nos Estados Unidos, pesaram sobre os preços. Em contrapartida, as cotações do óleo de canola resistiram à tendência geral de queda dos preços dos óleos vegetais, sustentada pelas perspectivas de recuperação da demanda na União Europeia (UE). Na sondagem mensal da FAO, o subíndice de preços das carnes subiu pelo nono mês consecutivo. Os preços das carnes tiveram média de 109,6 pontos em junho, 2,2 pontos (2,1%) acima do valor revisado para maio, mas ainda 8% abaixo do recorde alcançado em agosto de 2014. As cotações para todos os tipos de carnes representadas no índice aumentaram, sustentadas pela firme demanda global de importação, já que os aumentos por alguns países do Leste Asiático compensaram a desaceleração nas compras de carne da China, especialmente de carne suína.

Além disso, o aperto no fornecimento de exportação também deu suporte no preço dos produtos de carne, refletindo vários fatores, incluindo baixos estoques de carne de frango nos Estados Unidos, fornecimento limitado de animais prontos para abate no Brasil e na Oceania e a recuperação nas vendas de serviços de alimentação em exportadores. O subíndice de preços de Laticínios, por sua vez, registrou média de 119,9 pontos em junho, queda de 1,2 pontos (1,0%) em relação a maio, encerrando doze meses de aumentos ininterruptos. A média é também 21,6 pontos (22%) acima do seu valor no mês correspondente ao ano passado. Em junho, as cotações internacionais de todos os produtos lácteos caíram. Os preços do leite em pó integral recuaram devido às demandas reduzidas da China e por suprimentos spot, enquanto as disponibilidades de exportação permaneceram adequadas para atender aos pedidos existentes.

As cotações de queijo e leite em pó desnatado caíram levemente com a redução na demanda de importação diante de uma oferta maior de exportação das principais regiões produtoras. O subíndice de preços do Açúcar ficou, em média, 107,7 pontos em junho, alta de 0,9 pontos (0,9%) em relação a maio, marcando o terceiro aumento mensal consecutivo e uma nova máxima em anos. As incertezas sobre o impacto das condições climáticas desfavoráveis sobre a produtividade das safras do Brasil, maior exportador mundial de açúcar, pressionaram a alta sobre os preços. Além disso, o recente aumento nos preços do petróleo bruto e a valorização do Real ante o dólar norte-americano deram suporte adicional às cotações mundiais do açúcar. Os preços mais elevados do combustível tendem a levar os produtores no Brasil a desviar mais da moagem da cana-de-açúcar para a produção de etanol. Por outro lado, as boas perspectivas de produção e exportação da Índia compensaram parcialmente a pressão geral de alta sobre os preços do açúcar e impediram aumentos mensais maiores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.