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09/Jul/2021

Inflação: maior resultado para junho desde 2018

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (08/07) pelos Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta de 0,53% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em junho foi o maior resultado para o mês desde 2018, quando subiu 1,26%. O contexto da época era o das paralisações dos caminhoneiros. O resultado fez a taxa de inflação em 12 meses atingir o maior patamar desde setembro de 2016, quando estava em 8,48%. Em junho de 2020, o IPCA ficou em 0,26%. Como consequência, a taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses acelerou de 8,06% em maio para 8,35% em junho, ante uma meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central este ano. O IPCA está acima do teto da meta para este ano, que seria de 5,25%. O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma elevação de 0,44% em maio para um aumento de 0,43% em junho. O grupo contribuiu com 0,09 ponto porcentual para a taxa de 0,53% do IPCA no mês.

A alimentação no domicílio acelerou o ritmo de alta de 0,23% em maio para 0,33% em junho, sob impacto, principalmente, da elevação de 1,32% nas carnes, que subiram pelo quinto mês consecutivo. As carnes acumulam um aumento de 38,17% em 12 meses. Por outro lado, ficaram mais baratos a batata-inglesa (-15,38%), cebola (-13,70%), tomate (-9,35%) e frutas (-2,69%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,66% em junho, desacelerando em relação a maio, quando tinha avançado 0,98%. O lanche subiu 0,24%, enquanto a refeição aumentou 0,85%. As famílias gastaram 1,10% a mais com habitação em junho, uma contribuição de 0,17% para a taxa de 0,53% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês. A energia elétrica aumentou 1,95% em junho. Embora tenha subido menos que no mês anterior (5,37%), a conta de luz ainda foi o item de maior impacto individual no IPCA do mês, uma contribuição de 0,09%.

Em junho, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 2 (acrescentando R$ 6,243 à conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos) em substituição à bandeira vermelha patamar 1 que vigorou em maio (cujo acréscimo era menor, de R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora consumidos). Além disso, houve um reajuste médio de 8,97% nas tarifas em Curitiba (PR) a partir de 24 de junho. A taxa de água e esgoto ficou 1,04% mais cara em junho, em consequência de reajustes em São Paulo (SP) e Curitiba (PR). Em Brasília (DF), houve redução média de 2,74% nas tarifas a partir de 1º de junho. O gás de botijão subiu 1,58% em junho, enquanto o gás encanado aumentou 5,01%. Os gastos das famílias com transportes passaram de uma elevação de 1,15% em maio para uma alta de 0,41% em junho, um impacto de 0,09% sobre a taxa de 0,53% registrada em pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Os combustíveis subiram 0,87% em junho, acumulando uma alta de 43,92% nos últimos 12 meses. A gasolina aumentou 0,69%, um impacto de 0,04% sobre a inflação, após os preços já terem subido 2,87% em maio. Também ficaram mais caros em junho o etanol (2,14%), óleo diesel (1,10%) e gás veicular (0,16%). As famílias gastaram mais também com motocicletas (0,90%), automóveis novos (0,51%), automóveis usados (0,58%), pneu (2,10%) e conserto de automóvel (0,43%). O metrô aumentou 1,76%, devido a reajuste no Rio de Janeiro (RJ), enquanto os ônibus intermunicipais subiram 0,34%, em decorrência de aumento em Salvador (BA). As passagens aéreas recuaram 5,57%, um impacto negativo de 0,02% para o IPCA de junho. As famílias gastaram 0,51% a mais com Saúde e cuidados pessoais em junho, o equivalente a um impacto de 0,07%. A alta foi influenciada, principalmente, pelo plano de saúde, que ficou 0,67% mais caro, uma contribuição de 0,03% para o IPCA de junho.

Também houve pressão do aumento de 0,68% dos itens de higiene pessoal, impacto também de 0,03%. Houve alta de preços em oito em nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês de junho. As famílias gastaram mais com Alimentação e bebidas (0,43%), Habitação (1,10%), Artigos de residência (1,09% e impacto de 0,04%) Vestuário (1,21% e impacto de 0,05%), Transportes (0,41%), Saúde e cuidados pessoais (0,51%), Despesas pessoais (0,29%) e Educação (0,05%). Em Vestuário, grupo com a maior variação em junho, os destaques foram as altas de preços nos calçados e acessórios (1,53%), roupas masculinas (1,52%) e roupas femininas (1,10%). Todas as 16 áreas pesquisadas apresentaram altas de preços em junho. O resultado mais brando foi o de Brasília - DF (0,17%), enquanto a maior taxa ficou com a região metropolitana de Recife – PE (0,92%).

De toda forma, ainda não há sinais de pressão de demanda sobre a inflação. A inflação de serviços ainda está abaixo do índice geral. Com a retomada da economia e com a melhora da pandemia, tudo isso favorece uma retomada da demanda por serviços, mais para frente, num contexto da melhora da pandemia com a vacinação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de 0,83% em maio para 0,53% em junho. Dentro do índice, a inflação de serviços usada como termômetro de pressões de demanda sobre a inflação passou de uma deflação de 0,15% em maio para uma alta de 0,23% em junho. A inflação de itens monitorados pelo governo desacelerou de 2,11% em maio para 0,81% em junho. Os itens monitorados vêm exercendo essa influência na inflação. A inflação de serviços acumulada em 12 meses saiu de 1,74% em maio para 2,24% em junho. A inflação de monitorados em 12 meses passou de 13,08% em maio para 12,99% em junho.

A taxa do IPCA como um todo acumulada em 12 meses acelerou de 8,06% para 8,35% no período. A energia elétrica e os combustíveis subiram menos em junho do que em maio, contribuindo para a desaceleração do IPCA. No entanto, esses itens ainda foram os que exerceram maior pressão sobre a inflação do último mês. Não há uma pressão de demanda no índice de preços. Porém, com o avanço da vacinação, uma melhora no cenário da pandemia, a tendência é de retomada econômica, e os serviços podem retornar ao normal. A demanda por serviços e produtos pode retomar ao cenário normal de antes da pandemia. Por outro lado, os monitorados continuam acima do IPCA geral. A pressão da gasolina e dos outros combustíveis e da energia elétrica tem contribuído para essa alta na inflação. O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, permaneceu em 64% em junho, mesmo resultado de maio. A difusão de itens alimentícios saiu de 60% em maio para 63% em junho, enquanto a difusão de itens não alimentícios passou de 68% para 66%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.