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07/Jul/2021

Meio Ambiente no Brasil não está no radar da China

Segundo o embaixador do Brasil na China, o desmatamento da Amazônia eventualmente relacionado aos produtos agrícolas brasileiros ainda não está no topo das preocupações dos consumidores chineses. No momento, segurança dos alimentos é a maior preocupação dos consumidores. Problema com sustentabilidade não é algo que preocupa no momento, mas o Brasil deve ficar atento, especialmente quanto ao consumidor de maior renda per capita. O Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) apontou que questões como sustentabilidade e a relação comercial China-Estados Unidos têm potencial de mudar o curso de o Brasil ser o maior fornecedor de alimentos para a China e a China o maior destino das exportações brasileiras agrícolas.

A sustentabilidade estará cada vez mais presente na relação Brasil-China. O ESG (governança ambiental, social e corporativa) é um tema cada vez mais prioritário e complexo na relação comercial e, no caso do Brasil-China em relação ao agronegócio. A Universidade de Economia e Negócios Internacionais em Pequim afirmou que vê oportunidades para produtos de carbono neutro brasileiros no mercado chinês em meio aos esforços da China de reduzir a emissão de carbono de sua economia. A preocupação principal do consumidor chinês é sanidade a dos alimentos. Sustentabilidade está longe da preocupação com segurança alimentar, mas essas prioridades mudam.

A pressão da sustentabilidade não virá pelo consumidor, mas pelos governos e empresas. A Embaixada da China no Brasil avalia que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita chinês vai impulsionar a demanda por produtos de alto valor agregado. Nessa pauta, podem entrar os produtos brasileiros. Com o crescimento da economia chinesa, haverá grande demanda por produtos diversificados. Há grande necessidade de importação de produtos proteicos pela China. Café e produtos avícolas também têm potencial. A China vem aumentando a quantidade e variedade de produtos importados do Brasil.

Entre os produtos, pode-se citar a liberação da importação de melão brasileiro, aprovada no passado, e o maior volume de carnes brasileiras comercializado à China com 102 frigoríficos habilitados para a exportação. O comércio de produtos agropecuários entre Brasil e China tem base sólida. Por 15 anos, a China é o maior comprador de produtos agrícolas do Brasil. No ano passado, China importou US$ 34 bilhões em produtos agrícolas brasileiros. os países trabalham para expandir a cooperação agrícola bilateral, melhorando a comunicação e ampliando a cooperação em áreas como agricultura verde e inteligente.

Ainda há muito a crescer em cooperação. Brasil e China são parceiros naturais para cooperação agrícola. A relação sino-brasileira no comércio agrícola é mutuamente benéfica e altamente complementar. Além da ampliação da pauta comercial, Brasil e China podem estender a relação bilateral de investimentos na área agrícola. Esse caminho se mostra uma tendência. Grandes empresas chinesas investem no Brasil com produção e processamento de grãos e cereais e produção de óleos vegetais. Como exemplo, a chinesa Cofco aportou cerca de US$ 5 bilhões na operação brasileira e se tornou a quarta maior exportadora de soja do País. A pandemia limitou um pouco esses investimentos. Mas, após a pandemia, as empresas chinesas devem reforçar o investimento. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.