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02/Jul/2021

Endividamento das famílias bate recorde em junho

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o País chegou ao fim do primeiro semestre com a maior proporção de famílias endividadas em mais de uma década. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em 2010, registrou que um recorde de 69,7% de brasileiros que tinham dívidas em junho, uma alta de 1,7% em relação a maio, quando essa proporção era de 68,0%. Na comparação com junho de 2020, quando o total de endividados somava 67,1%, o avanço foi de 2,5%. A pesquisa considera como dívidas as contas em aberto no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa. Em junho, houve piora também na inadimplência, pelo segundo mês consecutivo.

O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso alcançou 25,1%, ante uma fatia de 24,3% em maio. No mês de junho de 2020, no entanto, a inadimplência era maior, alcançando 25,4% das famílias. O total de famílias que declararam não ter condições de pagar as contas ou dívidas atrasadas e, portanto, permanecerão inadimplentes cresceu de 10,5% em maio para 10,8% em junho. O resultado ainda ficou 0,8% abaixo dos 11,6% observados em junho de 2020. O orçamento das famílias tem sido comprometido por fatores como inflação mais elevada e a redução no pagamento do auxílio emergencial pelo governo. As famílias mais pobres estão mais endividadas e mais inadimplentes. Entre os que recebem até dez salários-mínimos mensais, o percentual de endividados saltou de 69% em maio para 70,7% em junho.

Nas famílias com renda acima de dez salários-mínimos mensais, a proporção com dívidas cresceu de 64,2% para 65,5% no período. Quanto à inadimplência, a proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso na faixa de renda mais baixa aumentou de 27,1% em maio para 28,1% em junho, enquanto no grupo de renda mais elevada manteve-se estável em 11,9%. A proporção das famílias que se declararam muito endividadas variou de 14,6% em maio para 14,7% em junho, maior parcela desde julho do ano passado. O tempo médio de comprometimento do brasileiro com dívidas também tem aumentado, diante de fatores como juros ainda baixos, que possibilitam a renegociação de dívidas e estimulam as modalidades de financiamento, com prazos mais longos. As dívidas das famílias têm se alongado no período acima de um ano.

O crédito vem ajudando o brasileiro, atua na recomposição de renda, mas a cada mês há o temor de que o orçamento familiar atinja um patamar de dificuldade que impeça ainda mais o consumo e dificulte a reorganização da economia. Os programas sociais de governos têm ajudado a evitar um problema maior, principalmente na inadimplência. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas mostra tendência de aumento desde abril, passando de 7,0 meses em maio a 7,1 meses em junho. Do total de endividados, 22,4% possuem dívidas que vencem em até três meses, enquanto 32,7% das famílias estão endividadas por mais de um ano. A proporção das famílias que apontam o cartão de crédito como principal tipo de dívida alcançou um recorde de 81,8% em junho. As demais modalidades mais citadas foram carnês de lojas (17,5%), financiamento de carro (11,9%), crédito pessoal (10,0%) e financiamento de casa (9,1%). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.