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01/Jul/2021

PIB do Brasil em 2021: projeção revisada para cima

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou para 4,8% sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 ante 2020, conforme o relatório "Visão Geral", publicado na "Carta de Conjuntura" nº 51, do segundo trimestre. Na edição anterior do relatório, a projeção apontava para um crescimento econômico de 3,0% este ano. Foram citados alguns fatores por trás da elevação da projeção. Em primeiro lugar, está a constatação de que, na prática, o impacto do isolamento social sobre a atividade econômica, na segunda onda da pandemia de Covid-19 verificada no início do ano, foi menor do que o inicialmente esperado, seja porque houve menos regras de restrição, porque as pessoas respeitaram menos essas regras e/ou porque as atividades se adaptaram melhor às restrições ao contato social. Um segundo fator é a conjuntura internacional. No primeiro trimestre, as atividades exportadoras já puxaram o crescimento econômico.

O crescimento do PIB mundial e a aceleração dos preços de commodities têm provocado um aumento na demanda externa e melhora nos termos de troca. Na esteira desses movimentos, os setores do agronegócio e das indústrias extrativas, particularmente, têm sido os mais beneficiados. Esses dois fatores já apareceram no crescimento de 1,2% no PIB, ante o quarto trimestre de 2020. Parte da revisão para cima na projeção se deve ao fato de que, na edição do primeiro trimestre do relatório "Visão Geral", a estimativa era de uma retração de 0,5% ante o quarto trimestre do ano passado. De lá para cá, os indicadores conjunturais de abril e maio vieram positivos, reforçando esse cenário positivo, em que a economia se mostrou mais resiliente aos efeitos do agravamento da pandemia e das políticas de afastamento social. Para o segundo trimestre, a expectativa é de crescimento de 0,1% no PIB ante os três primeiros meses do ano.

Frente ao segundo trimestre de 2020, pior momento da crise causada pela Covid-19, o crescimento deverá ser de 12,6%. Um terceiro fator a sustentar a projeção mais otimista é a perspectiva de avanço da vacinação contra Covid-19. Embora o Brasil ainda não tenha atingido o grau de cobertura suficiente para permitir a flexibilização mais generalizada das políticas de distanciamento social, a aceleração recente da vacinação já pode estar contribuindo para reduzir a ocupação de leitos de UTI e de mortes pela doença. O avanço da vacinação permitirá alguma evolução no sentido da normalização da mobilidade e do contato social no segundo semestre, o que contribui para aquecer a demanda doméstica. Além disso, a expectativa é que o desempenho da economia mundial continue sendo um importante driver de crescimento, particularmente para os setores ligados ao agronegócio e para as indústrias extrativas.

No lado dos riscos, está a própria dinâmica da pandemia. Embora os indicadores de atividade tenham vindo melhores que os esperados em abril, ainda assim foram afetados pelo agravamento da pandemia. A possibilidade de escassez de energia elétrica, por causa da crise hídrica, também é um risco. A expectativa de um crescimento mais forte em 2021 tenderá a arrefecer o ritmo da economia em 2022, por causa da base de comparação mais fraca. Assim, a projeção de crescimento do PIB em 2022 foi reduzida para 2,0% ante 2,8%. Diferentemente do que acontece neste ano, o esforço de crescimento em 2022 é maior, refletindo um efeito carry-over inferior a 1%. Vale destacar que, apesar da redução do crescimento esperado para 2022, a previsão para o crescimento acumulado no biênio passou de 5,9% para 6,9%. Esse cenário depende do controle da pandemia e da manutenção de um cenário relativamente estável para a política fiscal no curto prazo, com destaque para o cumprimento do teto dos gastos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.