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01/Jul/2021

Desemprego: patamar atinge recorde no trimestre

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quarta-feira (30/06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,7% no trimestre encerrado em abril. Em igual período de 2020, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,6%. No trimestre até março, a taxa de desocupação estava em 14,7%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2,532,00 no trimestre encerrado em abril. O resultado representa queda de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 212,313 bilhões no trimestre até abril, recuo de 5,4% ante igual período do ano anterior. No trimestre terminado em abril de 2021, faltou trabalho para 33,252 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho subiu de 29,0% no trimestre até janeiro para 29,7% no trimestre até abril.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até abril de 2020, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 25,6%. A população subutilizada subiu 2,7% ante o trimestre até janeiro, 872 mil pessoas a mais. Em relação ao trimestre até abril de 2020, houve um avanço de 16,0%, mais 4,578 milhões de pessoas. A taxa de desocupação saiu de 14,2% no trimestre até janeiro para 14,7% no trimestre até abril, mantendo-se no patamar recorde já alcançado em março. O Brasil alcançou um total de 5,967 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em abril. O resultado significa 65 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em janeiro, um aumento de 1,1%. Em um ano, 941 mil pessoas a mais caíram em situação de desalento, alta de 18,7%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. O País tinha 14,761 milhões de desempregados no trimestre encerrado em abril. A taxa de desemprego passou de 14,2% no trimestre encerrado em janeiro para 14,7% no trimestre terminado em abril. O total de desocupados cresceu 3,4% em relação a janeiro, 489 mil pessoas a mais em busca de uma vaga. Em relação a abril de 2020, o número de desempregados aumentou 15,2%, 1,950 milhão de pessoas a mais procurando trabalho. A população ocupada somou 85,940 milhões de pessoas, 85 mil trabalhadores a menos em um trimestre. Em relação a um ano antes, 3,302 milhões de pessoas perderam seus empregos.

A população inativa somou 76,383 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, 6 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2020, a população inativa aumentou em 5,457 milhões de pessoas. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) caiu de 51,6% no trimestre encerrado em abril de 2020 para 48,5% no trimestre até abril de 2021. No trimestre terminado em janeiro, o nível da ocupação era de 48,7%. O trimestre encerrado em abril de 2021 mostrou um fechamento de 188 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Na comparação com o trimestre até abril de 2020, 2,602 milhões de vagas com carteira assinada foram perdidas no setor privado. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 29,605 milhões no trimestre até abril, enquanto outros 9,752 milhões atuavam sem carteira assinada, 57 mil a menos que no trimestre anterior.

Em relação ao trimestre até abril de 2020, foram extintas 374 mil vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria ganhou 537 mil pessoas a mais em um trimestre. Em relação ao patamar de um ano antes, há 661 mil trabalhadores por conta própria a mais, totalizando 24,040 milhões de pessoas. O número de empregadores diminuiu em 112 mil pessoas em um trimestre. Em relação a março de 2020, o total de empregadores é 435 mil inferior. O País teve um aumento de 32 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para 4,952 milhões de pessoas, mas esse contingente ainda é de 572 mil pessoas a menos que no ano anterior. O setor público dispensou 80 mil ocupados no trimestre terminado em abril de 2021 ante o trimestre encerrado em abril de 2020. Na comparação com o trimestre até janeiro, foram fechadas 216 mil vagas. A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 8,4% no trimestre até abril, ante 7,9% no trimestre até janeiro. Em todo o Brasil, há 7,210 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas.

O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até janeiro para o trimestre até abril, houve um aumento de 413 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 1,113 milhão de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a mais em um ano. É como se houvesse uma espécie de capacidade ociosa de alguns trabalhadores, e isso vem mostrando elevação. O comércio fechou 373 mil vagas no trimestre encerrado em abril ante o trimestre terminado em janeiro. Também houve perdas de vagas na construção (-96 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-94 mil) e outros serviços (-88 mil). Por outro lado, houve contratações na indústria (69 mil), alojamento e alimentação (14 mil), transporte (67 mil), agricultura, pecuária, produção florestal pesca e aquicultura (118 mil), serviços domésticos (19 mil) e informação, comunicação e atividades financeiras (278 mil).

Em relação ao patamar de um ano antes, a agricultura ganhou 532 mil trabalhadores. Também houve contratações na construção (96 mil) e em informação, comunicação e atividades financeiras (333 mil). Houve perdas em todas as demais atividades. O comércio dispensou 1,120 milhão. Alojamento e alimentação fechou 871 mil vagas, e serviços domésticos perderam 562 mil trabalhadores. Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais demitiram 176 mil trabalhadores, a indústria dispensou 497 mil funcionários. Transporte perdeu 393 mil vagas, e os outros serviços demitiram 660 mil pessoas. O País alcançou uma taxa de informalidade de 39,8% no mercado de trabalho no trimestre até abril, com 34,222 milhões de trabalhadores atuando informalmente. Em um trimestre, 104 mil pessoas a mais atuaram como trabalhadores informais. A proporção de trabalhadores ocupados contribuindo para a previdência social ficou em 64,0% no trimestre até abril. O Brasil vive um momento em que há um aumento no total de pessoas em busca de emprego, mas o mercado de trabalho ainda está sem fôlego para gerar vagas para toda a mão de obra disponível.

A taxa de desocupação do País manteve-se no patamar recorde de 14,7% no trimestre encerrado em abril, mesmo resultado visto em março. Isso ainda pode ser resposta de algumas medidas que ocorreram no mês de março, de isolamento, do avanço da segunda onda (da pandemia). No trimestre encerrado em abril, havia 14,761 milhões de pessoas desempregadas, 489 mil pessoas a mais em busca de uma vaga em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Em relação a abril de 2020, o número de desempregados aumentou 15,2%, 1,950 milhão de pessoas a mais procurando trabalho. Há um contingente muito grande de pessoas buscando trabalho, uma pressão sobre o mercado de trabalho que era de se esperar. É natural que as pessoas estejam buscando trabalho, a questão é: se há geração de ocupação suficientemente grande para absorver essa procura por trabalho. A população ocupada somou 85,940 milhões de pessoas, 85 mil trabalhadores a menos em um trimestre. Em relação a um ano antes, 3,302 milhões de pessoas perderam seus empregos.

No momento, há crescimento da desocupação, e a ocupação não responde da mesma maneira. A taxa de desemprego só não subiu ainda mais porque a população inativa cresceu a 76,383 milhões de pessoas, 6 mil pessoas mais que no trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2020, a população inativa aumentou em 5,457 milhões de pessoas. Tudo o que ocorreu em 2020, dificilmente seria resolvido nos quatro primeiros meses de 2021. Considerando todos os brasileiros subutilizados, faltou trabalho para 33,252 milhões de pessoas no País no trimestre até abril de 2021. A conta inclui as pessoas em busca de emprego, quem está trabalhando menos horas do que gostaria e poderia, além das pessoas que não estão procurando vaga, mas estão disponíveis para trabalhar, como os desalentados. O mercado de trabalho responde a estímulos econômicos, ao consumo das famílias, à possibilidade de crédito. Portanto, o aumento no recrutamento de mão de obra depende de um conjunto de fatores, da situação da economia como um todo.

Os setores menos afetados pela crise econômica provocada pela pandemia mostram melhor desempenho na absorção de mão de obra, como a agricultura e os serviços de tecnologia da informação. A agricultura não é afetada por restrições, tem condições de operar num nível melhor de normalidade. Quanto ao segmento de informação e comunicação, a ocupação já supera o patamar pré-pandemia, puxado pelo segmento de tecnologia da informação. A demanda por conectividade tem feito com que esse grupamento tenha se beneficiado tanto na demanda pelo volume de serviços quanto por profissionais. Quanto ao tipo de vínculo de trabalho, o trabalho por conta própria se destaca ante o patamar de um ano antes. A modalidade, que tem forte predomínio de informalidade, é impulsionada por pessoas que perderam o emprego na pandemia e não conseguiram se recolocar na mesma atividade, mas também por integrantes da família que não trabalhavam, mas que passam a atuar por conta própria para ajudar a complementar a renda da família reduzida pela pandemia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.