30/Jun/2021
O dólar fechou em alta moderada ante o Real nesta terça-feira (29/06), depois de oscilar entre ganhos e perdas, com a força da moeda norte-americana no exterior dando respaldo às compras locais em meio a operações típicas de fim de mês e de trimestre. O dólar subiu 0,29% e fechou a R$ 4,94. A cotação variou entre R$ 4,97 (+0,88%) e R$ 4,92 (-0,14%). A moeda teve forte impulso no final da manhã e em seguida atingiu a máxima da sessão, na esteira de dados nos Estados Unidos que mostraram disparada na confiança do consumidor do país. O número mais robusto pode sinalizar mais gastos à frente que deixariam a economia mais dinâmica, o que poderia jogar combustível na inflação e o debate sobre redução de estímulos nos Estados Unidos.
Contra uma cesta de moedas fortes, o dólar subia 0,2% no fim da tarde desta terça-feira (29/06), nas máximas em uma semana. Posteriormente, a divisa perdeu força no Brasil, indo às mínimas no meio da tarde, já com a Ptax desta terça-feira (29/06) definida. A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para liquidação de derivativos. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcionar a Ptax para níveis mais convenientes a suas posições, o que pode gerar aumento de volatilidade. Profissionais da área de câmbio têm chamado atenção para alguma dificuldade da moeda de deixar para trás os R$ 4,90, mas destacam que o ativo segue abaixo da linha psicológica dos R$ 5,00. Na pesquisa Focus do Banco Central, analistas de mercado esperam dólar de R$ 5,05 nos próximos meses e de R$ 5,10 ao fim do ano.
Mas, alguns players veem cenário mais benigno. O BNP Paribas projeta taxa de câmbio de R$ 4,75 ao término de 2021, caindo para R$ 4,50 no segundo trimestre de 2022. A última vez que a cotação oscilou em torno de R$ 4,50 foi no começo de março de 2020, às vésperas de o mercado global sofrer o impacto do início da pandemia de Covid-19. Com a política monetária voltando a se ajustar, o câmbio tem espaço para se valorizar. Também pode-se citar o benefício derivado dos preços valorizados das commodities. O Banco Central elevou a Selic de 2% em março para 4,25% neste mês, e a expectativa do mercado é que a taxa supere 6% até dezembro. Para a Azimut Brasil Wealth Management, o juro deve ficar em patamar ainda mais alto, de 6,5%, contra taxas perto de zero nos Estados Unidos e na Europa. Com os retornos nominais mais elevados, o dólar deverá ficar entre R$ 4,80 e R$ 4,90 ao fim do ano.
Mais recentemente, o ambiente doméstico teve maior peso na formação do preço da taxa de câmbio, num contexto em que a agenda reformista prossegue a despeito de ruídos políticos oriundos em parte da CPI da Covid-19 no Senado. Para o mercado, o mais importante é que as reformas avancem. Restando uma sessão para o fechamento do mês, o dólar acumula queda de 5,40% em junho, a caminho da maior baixa mensal desde novembro de 2020 (-6,82%). No trimestre, a moeda acumula recuo de 12,21%, o mais intenso desde o segundo trimestre de 2009 (-15,80%), quando os mercados domésticos e globais começavam a se recuperar da crise financeira do ano anterior. Em 2021, o dólar recua 4,78%, depois de avançar 11,58% até o dia 9 de março, quando estava em R$ 5,79. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.