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30/Jun/2021

Deflação: queda demorará a chegar ao consumidor

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) deve manter a trajetória de desaceleração nos próximos meses, sustentado pelo movimento de valorização do Real e de queda dos preços de commodities em dólares. É possível uma deflação do indicador em julho. Os efeitos dessas mudanças na inflação ao consumidor, no entanto, ainda devem demorar. O IGP-M desacelerou de 4,10% em maio para 0,60% em junho. O movimento foi puxado por um forte arrefecimento do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), de 5,23% para 0,42%, com destaque para o comportamento dos preços do minério de ferro (20,64% para -3,04%), soja em grão (3,74% para 4,71%) e milho em grão (10,48% para -5,50%).

Essa desaceleração estava agendada para o segundo semestre, mas acabou ocorrendo no fim do primeiro semestre. Com os preços das commodities recuando em dólares e o câmbio valorizando, o IGP-M tende a devolver um pouco as altas dos últimos meses. Mas, mesmo que caia, precisaria de uma sucessão grande de taxas negativas para que ele de fato antecipasse algum efeito que o consumidor vai perceber no produto final. O nível elevado dos preços de matérias-primas, que acumulam alta de 71,28% nos 12 meses encerrados em junho, ainda deve pressionar a cadeia produtiva ao longo dos próximos meses, com aquecimento da economia, aumento da demanda, margens comprometidas da indústria e com os efeitos da crise hídrica. Esse movimento de desaceleração do IPA não antecipa desaceleração da inflação ao consumidor no curto prazo. O cenário que se desenha para o IGP-M de 2021 é de uma taxa inferior aos 23,14% observados em 2020.

Os movimentos mais recentes no Brasil e no mundo têm colaborado para um cenário de taxas mais baixas para o IPA à frente. O aumento previsto para o custo da energia elétrica deve impactar as indústrias que atendem à construção civil (de siderurgia, ladrilhos e pisos) e a indústria automotiva, mas não deve ser suficiente para anular o efeito do barateamento das matérias-primas no IPA. Mesmo assim, o efeito deve ser de impedir uma redução mais rápida do IPA industrial. Para a inflação ao consumidor, o impacto é de 0,4% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho com uma elevação do custo da bandeira vermelha 2 a um nível em torno de R$ 11,00. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.