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28/Jun/2021

Queda das commodities poderá aliviar a inflação

O movimento de apreciação do Real e de queda dos preços em dólar de commodities agropecuárias e do minério de ferro já leva economistas a reconhecerem chance de deflação do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) em julho. Se confirmada, será a primeira taxa mensal negativa do indicador desde fevereiro de 2020 (-0,04%). A tendência é de arrefecimento do IGP-M mensal, de 4,1% em maio para 1,0% em junho. Até o último mês, o índice acumulava inflação de 37,04% em 12 meses, o maior nível desde junho de 1995. A previsão é de queda em julho, beneficiado principalmente pelos preços agropecuários no atacado, mas também pela gasolina nas refinarias e a apreciação cambial recente. A expectativa é de deflação de 4,50% para os itens agropecuários, com as cotações mais comportadas de milho e soja e a sazonalidade dos alimentos in natura, ajudados pelo clima seco, e de alta de 1% para os produtos industriais.

O indicador do milho Esalq/BM&F atingiu o piso em US$ 8,90 em maio do ano passado e, desde então, sobe quase que ininterruptamente, acumulando alta de 114% até maio de 2021, no pico, a US$ 19,03 por saca de 60 Kg. No último mês, caiu 2,9%, a US$ 18,48 por saca de 60 Kg. A soja subiu 73,6% entre abril de 2020 e maio de 2021, caindo 2,25% no último mês, a US$ 32,58 por saca de 60 Kg. Os preços do minério de ferro atingiram o pico em 12 de maio de 2021, quando a commodity era negociada a US$ 237,57 por tonelada no Porto de Qingdao, na China. Na sexta-feira (25/06), o minério era cotado a US$ 216,45 por tonelada, uma redução de 8,89% na comparação com a cotação mais alta do ano. Alguns economistas acreditam que a deflação do IGP deve ser pontual, restrita a julho. Depois, o indicador deve ficar positivo, entre zero e 1%.

O cenário mais ameno no curto prazo pode ajudar a conter as expectativas para o IPCA do ano. Mesmo com a deflação, o IGP deve avançar 18% no ano. Em 2020, a alta foi de 23,14%. O dólar entre R$ 4,90 e R$ 4,95 abre caminho para deflação e, junto com o alívio das commodities no mercado internacional, haverá um movimento favorável de descompressão em julho. Mas, a deflação do IGP-M de julho ainda não é cenário-base, mas fica no radar devido ao comportamento do câmbio e dos preços do minério de ferro, da gasolina e do diesel. A apreciação do câmbio e a deflação esperada para os preços agropecuários a partir de junho podem contribuir para a virada do IGP. Neste mês, há previsão de contração de 1,19% do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) Agropecuário, com quedas do milho, soja, tomate, arroz, suínos e ovos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.