28/Jun/2021

Pesquisa da série 'Consumer Inteligence', feita pela PwC mostra como o engajamento maior em ESG por parte das empresas atrai e fideliza consumidores. Para 83% dos consumidores ouvidos em cinco países (Alemanha, Brasil, Estados Unidos, Índia e Reino Unido), as marcas precisam investir em melhorias concretas para o meio ambiente e a sociedade. Segundo o estudo, 74% disseram que as empresas se preocupam muito mais com o meio ambiente do que há dez anos. Porém quase o mesmo número, 73%, ressaltam decepção com o que consideram um progresso lento na diversidade e inclusão. Para essa parcela de consumidores, embalagens ecológicas e propagandas sobre diversidade que ficam apenas no discurso não são mais o bastante. O desafio é superar a desconexão entre a percepção do consumidor e da administração. A pandemia causou uma série de preocupações nos consumidores quanto às questões sociais.

Os hábitos de consumo mudaram, ficaram mais conscientes e as empresas precisam acompanhar esse novo modelo de negócio para não sofrerem boicotes e garantirem a sobrevivência na retomada econômica pós-pandemia. O retorno do investimento mostra ser garantido. Na pesquisa da Série 2021 de Inteligência do Consumidor no ESG, de abril de 2021, 75% dos consumidores afirmam que recompensarão as empresas pelo maior engajamento, mesmo sendo necessário pagar um pouco a mais por produtos e serviços socialmente conscientes. Para correr atrás dessa demanda, investidores injetaram US$ 51 bilhões em fundos de impacto ESG em 2020, mais do que o dobro desses investimentos em relação ao ano anterior, apesar da pandemia. No entanto, esses recursos ainda não foram suficientes para que as lideranças corporativas sejam, de fato, vistas como indutoras de mudanças concretas em prol da sustentabilidade e da diversidade. A PwC apontou que apenas 28% dos cerca de 1,2 mil executivos entrevistados podem ser caracterizados como 'ESG Trendsetters', ou seja, defensores dos negócios que promovem as agendas ESG com uma forte mentalidade focada no consumidor e estão fechando a lacuna com as expectativas do consumidor.

O Brasil precisa avançar em ESG ainda mais em relação a outros países que fizeram parte da pesquisa, mas há condições para expansão. No Brasil ainda existem 'Ilhas de ESG', com poucas empresas adotando essas práticas. Aquelas que adotam, muitas vezes falham em comunicar aos consumidores. O contexto, no entanto, ajuda: há uma preocupação crescente com a Amazônia e a mudança de governo nos Estados Unidos que colocou a mudança climática no protagonismo. O que a sociedade brasileira precisa fazer é se unir. As questões ESG apontadas como essenciais por consumidores dos cinco países:

- Ambiental: mudanças climáticas, estresse hídrico, redução da biodiversidade, extração de matérias-primas, poluição e desperdício de embalagens.

- Social: segurança do trabalhador, qualificação de funcionários, segurança e privacidade de dados.

- Governança: aumento da diversidade do conselho, práticas comerciais éticas e posicionamento transparente em crises.

Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.