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25/Jun/2021

Juros: BC indica nova elevação da Selic em agosto

O Banco Central (BC) voltou a indicar, nesta quinta-feira (24/06), por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que deve promover novo aumento de 0,75% da Selic (a taxa básica de juros) em agosto. Atualmente, a Selic está em 4,25% ao ano. Para a próxima reunião, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste da mesma magnitude (0,75%). Contudo, uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte relevante pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários. Essa avaliação também dependerá da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e de como esses fatores afetam as projeções de inflação. Neste momento, o cenário básico do Copom indica ser apropriada a normalização da taxa de juros para patamar considerado neutro. Esse ajuste é necessário para mitigar a disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação.

Não há compromisso com essa posição e os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação. Para a inflação, o foi mantida a estimativa em 2021 no cenário básico, que utiliza juros conforme o Relatório de Mercado Focus e câmbio atualizado de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC). Este cenário indica um IPCA de 5,8% para este ano. Para 2022, o cenário básico indica que o IPCA ficará em 3,5%. A projeção para o IPCA de 2023, pelo cenário básico, é de 3,3%. Para 2021, a meta de inflação perseguida é de 3,75%, com margem de 1,5% (taxa de 2,25% a 5,25%). Para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5% (taxa de 2,00% a 5,00%). No caso de 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5% (taxa de 1,75% a 4,75). Uma reversão, ainda que parcial, da alta recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria inflação baixo do cenário básico.

Nos últimos meses, o BC vem destacando que, a despeito do aumento das vendas de commodities para países como China e Estados Unidos, o Brasil não passou por um processo de valorização de sua moeda, o que era de se esperar. Apenas mais recentemente o dólar perdeu valor ante o Real. A possibilidade de reversão na alta dos preços das commodities é um dos fatores de risco no cenário básico do Comitê de Política Monetária (Copom) para a política monetária. Este cenário possui fatores de risco em ambas as direções. Além do risco desinflacionário, representado pela reversão nos aumentos das commodities, existe o risco inflacionário. Novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do País.

Apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 passou de alta de 3,6% para elevação de 4,6%. Entre os componentes do PIB para 2021, foi alterada a expansão de 2,0% para 2,5% a projeção para a agropecuária. No caso da indústria, a estimativa passou de elevação de 6,4% para 6,6% e, para o setor de serviços, de aumento de 2,8% para 3,8%. Do lado da demanda, a estimativa para o consumo das famílias passou de crescimento de 3,5% para 4,0%. No caso do consumo do governo, o percentual projetado foi de elevação de 1,2% para 0,4%. A projeção de 2021 para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia, passou de alta de 5,1% para 8,1%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.