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23/Jun/2021

Commodities: preços devem se acomodar em 2021

Os preços de commodities devem continuar em níveis altos neste ano e no próximo, mas é improvável que sustentem os picos históricos observados durante o "boom" da década de 2000 e o início de 2021. O ciclo positivo tem potencial de impulsionar a atividade brasileira neste ano e no próximo. Entre os riscos para cima para o cenário, pode-se citar o plano trilionário de investimentos proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que tem potencial de impulsionar a demanda pelo minério de ferro brasileiro. No curto prazo, o início da driving season no verão do Hemisfério Norte também pode elevar os preços do petróleo. Já é possível observar uma pequena contração dos preços de commodities, mas ainda é necessário observar uma sustentabilidade de curto prazo do movimento. Os movimentos recentes do minério de ferro e da soja sinalizam que, embora o espaço de queda dos preços seja limitado, também não há espaço para novas altas na maior parte das commodities.

A cotação do minério de ferro fechou em baixa de 4,91%, a US$ 208,15 por tonelada, no Porto de Qingdao, na China, na segunda-feira (21/06), após o gigante asiático intensificar os esforços para conter a especulação. Em relação ao pico de US$ 237,57 por tonelada, de 12 de maio, a queda é de 12,4%, mas há alta de 2,8% na comparação com os US$ 202,42 por tonelada de 15 dias atrás. Para o BTG Pactual, a perspectiva é de que os preços de commodities sigam altos pelo menos até 2022. É esperada uma leve redução do minério para US$ 180,00 por tonelada neste ano e US$ 150,00 por tonelada no próximo ano, ainda elevada em relação à média de US$ 69,00 por tonelada de 2015 a 2019. Para o barril do Brent, a estimativa é de que a cotação média fique em US$ 68,00 por toneladas neste ano e no próximo, contra US$ 58,00 por tonelada na média dos cinco anos anteriores à pandemia. Na mesma base de comparação, o preço estimado para a soja é de US$ 13,27 por bushel neste ano e US$ 12,63 por bushel no próximo, contra uma média de US$ 9,46 por bushel entre 2015 e 2019.

No caso do milho, as projeções são de US$ 5,80 por bushel e US$ 5,18 por bushel, respectivamente, ante média de US$ 3,69 por bushel de 2015 a 2019. Mesmo com uma redução esperada de preços de algumas commodities em 2022, esses preços continuarão bem acima do observado no pré-pandemia. Para as commodities metálicas, o ciclo de investimentos previsto em países desenvolvidos e os aportes conservadores até o momento dos setores criam risco de alta. Já as commodities agrícolas tendem a ceder um pouco com a normalização da oferta após o efeito negativo do clima desfavorável no Brasil e nos Estados Unidos. Há incerteza para frente, a partir de 2023, se o crescimento nos países desenvolvidos será sustentável. Alguns economistas entendem que esse ciclo é temporário porque os estímulos vão diminuir em algum momento. Até 2022, a atividade brasileira deve ser beneficiada por esse ciclo favorável, com o aumento dos investimentos e, consequentemente, da produção e da renda.

O BTG espera alta do PIB de 5,3% em 2021 e 2,2% em 2022. Ela destaca que o carrego estatístico diminui de 3,7% em 2021 para 0,7% no ano que vem. Não é uma desaceleração significativa da atividade, que ainda deve se beneficiar dos preços de commodities em 2022. Na visão da Rico, o movimento atual de commodities não tem é um novo ciclo, mas algo limitado a um período curto, favorecido pela questão de segurança alimentar na China, descasamento de oferta e demanda com a pandemia de Covid-19 e pela valorização de ativos reais em meio às políticas monetárias expansionistas. Mas, há outros motivos para explicar também a recuperação mais forte da atividade. A economia está indo melhor do que se esperava. O hiato do produto deve se fechar no primeiro semestre do ano que vem. Certamente isso pode ter um impacto eleitoral. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.