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23/Jun/2021

América Latina e Caribe: crise é sem precedentes

A pandemia teve impacto sem precedentes na economia e no mercado de trabalho da América Latina e do Caribe. A redução de 7,1% do PIB regional é a mais intensa dos últimos 100 anos. O desemprego chegou ao recorde de 10,5%. Mas, nem esses números impressionantes retratam completamente a deterioração do trabalho. Relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que, por várias facetas inéditas, a crise provocada pela Covid-19 é diferente de todas as anteriores, e pior. Dois dos três componentes do mercado de trabalho diminuíram em 2020, o que resultou numa expressão numérica subdimensionada do desemprego.

Por diversas razões, muitas pessoas, em sua maioria mulheres, deixaram de procurar emprego e, assim, saíram da força de trabalho. Também deixaram de fazer parte do grupo de desocupados. A redução simultânea da força de trabalho e dos desempregados reduz a taxa de desocupação. Assim, se não tivesse havido esse fenômeno, o índice de desemprego teria sido maior. Mas, nem assim o número de desocupados diminuiu, pois a maior parte dos que perderam emprego no período continuou a procurar uma atividade, mantendo-se, assim, tanto na força de trabalho como no quadro de desocupados. E o desemprego foi mais intenso entre as mulheres, os jovens e os trabalhadores informais. Há dois aspectos que merecem atenção no estudo. Na crise da pandemia, ao contrário do que se observou nas anteriores, o desemprego entre os informais cresceu mais do que entre os trabalhadores formais.

Nas crises anteriores, a perda de emprego formal levava o trabalhador à informalidade. Esse caminho foi interrompido na crise atual. No caso das mulheres, além das pressões da crise da pandemia sobre seu emprego, novas exigências podem ter forçado parte delas a se dedicar a diversas atividades domésticas, retirando-as do mercado de trabalho. Trata-se de uma inversão na tendência observada há anos, de maior participação feminina no mercado. Também quanto às exigências de ações públicas a crise trouxe mudanças. Além da preparação da mão de obra, a região precisa de ações concretas para sustentar a renda dos mais necessitados e de investimentos em setores que mais empregam. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.