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21/Jun/2021

Sustentabilidade ganha relevância nas empresas

Questões ambientais, sociais e de governança (ESG) deixaram de ser uma opção para as empresas conduzirem seus negócios para ser um ponto crucial, tanto para a perenidade da corporação quanto para responder a uma demanda cada vez maior da comunidade e dos investidores, que têm cobrado uma postura mais sustentável do mundo empresarial. A pandemia ajudou a colocar em evidência a necessidade de as empresas trabalharem esses pontos, mas concluem que muitas companhias ainda precisam sair do campo das intenções para colocar o ESG em prática. Para isso, é relevante que o tema esteja na mesa da mais alta cúpula da administração. As questões ESG antes eram, de fato, mais na esfera ativista, mas hoje passaram a fazer parte da jornada de efeitos práticos. A Global Reporting Initiative (GRI) destaca que a grande dificuldade das empresas ao fazerem seus relatos de sustentabilidade é entender o objetivo desses documentos que trazem informações ESG.

O mercado está trabalhando com essas informações. A empresa tem de trabalhar seus impactos e controlar a questão planetária e ser competitiva ao mesmo tempo. As questões relacionadas à temática ESG precisam estar sob os cuidados da mais alta cúpula da corporação, ou seja, o conselho de administração. A visão, ainda, é de que a pandemia escancarou a necessidade de toda a comunidade e empresas sobre as questões ESG, algo que poderá acelerar medidas práticas em torno do assunto. É preciso sair do estado de alerta e agir. A pandemia trouxe um sinal de alerta sobre nossa interdependência e vulnerabilidade e a consciência de que não estamos acima da natureza. É uma janela de oportunidade que não pode ser perdida. Ponto relevante na questão ESG, a diversidade, precisa estar alinhada ao propósito da empresa. Para o movimento de diversidade avançar é preciso criar aspirações dentro da empresa. Diversidade gera criatividade, que vai gerar inovação se houver inclusão de fato.

As cotas utilizadas para compor cargos por mulheres e negros, por exemplo, são importantes, mas se trata de uma medida transitória, de forma a se fazer uma compensação histórica. O tema ganhou os holofotes no mundo corporativo, mas precisa também estar na agenda dos governos em todas as esferas. O Iclei (Governos Locais pela Sustentabilidade) na América do Sul aponta que os governos precisam conhecer esses impactos. Por isso, é importante transformar esse compromisso voluntário em medidas. É importante gerar ou adaptar leis incorporando a sustentabilidade como critério, de forma que o tema consiga atravessar o tempo dos governos. Acelerar mudanças dentro das empresas para que abracem as pautas de sustentabilidade e diversidade é fundamental, mas pouco adianta o ritmo se a direção não estiver correta. Alinhar o rumo das transformações demanda reflexão interna; sem isso, o risco é de que a sigla ESG se torne apenas um modismo dentro das corporações.

É preciso garantir que as ações ligadas à agenda ESG não sejam apenas uma corrida oportunista para atender à expectativa do mercado. Para garantir mudanças orgânicas, iniciativas de sustentabilidade e inclusão, as reflexões devem fazer parte da rotina dos líderes. A “revolução sustentável” só acontecerá de fato quando as áreas de sustentabilidade e negócios estiverem diretamente conectadas dentro das empresas. E, com o avanço da agenda ESG, quem ganha relevância é a governança. A iniciativa mostra a importância de se implementarem as boas práticas socioambientais como pilares estratégicos das corporações. Ou seja, os setores que “levam os negócios para frente” devem entender que essa não é uma discussão apenas das equipes responsáveis pelo tema. A governança traz visibilidade e transparência para o impacto das ações da empresa, tanto para colaboradores quanto para o público externo. A governança faz uma ponte para que as iniciativas sociais e ambientais permeiem todas as áreas da empresa. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.