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18/Jun/2021

Barômetro Covid-19: expectativas do consumidor

O estudo 'Barômetro Covid-19', da Kantar, tem explorado o sentimento e as expectativas das pessoas em todo o mundo desde o início da pandemia, ocorrido há mais de 500 dias, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) tomou conhecimento de uma "pneumonia de causa desconhecida em Wuhan", na China. Neste momento em que alguns países estão liberando restrições enquanto outros ainda enfrentam tempos devastadores, a Onda 9 do levantamento (abril de 2021) traz novos dados sobre a mudança de hábitos e comportamentos da população global e analisa os desafios atuais. Segundo o estudo, 42% das pessoas no mundo todo foram pessoalmente afetadas pela Covid-19; 8% relataram ter contraído o coronavírus, 23% disseram que um familiar próximo foi diagnosticado e 23% que um amigo próximo foi contaminado. O impacto é mais extremo no Brasil, onde 87% dos entrevistados dizem que eles próprios ou alguém próximo foi infectado.

Embora a situação tenha melhorado em muitos países, a ansiedade e a cautela ainda são muito altas e 70% das pessoas concordam que o coronavírus ainda os preocupa "enormemente" (contra 79% em abril de 2020). Contudo, o advento da vacina é transformador. Nos países "líderes" em que a taxa de vacinação é superior a 30% e o número de novos casos é classificado como baixo, estável ou em declínio, o nível de preocupação caiu de 76% para 57%. Nos países ainda batalhando, aqueles em que a taxa de casos não está diminuindo, o nível de ansiedade aumentou de 75% para 80%. Ademais, muitas pessoas ainda estão preocupadas com a possibilidade de ficarem doentes. Este número é de 33% entre a população dos países "líderes" e 53% nos demais países. A boa notícia é que as pessoas permanecem pacientes com as regras que a pandemia exige. A maioria delas (61%) nos países "líderes" continua a apoiar a implementação das diretrizes até o fim do risco significativo. Apenas 1 em cada 4 (25%) dizem que "as regras estão durando por muito tempo". Por outro lado, preocupantemente, nos países em batalha contra a doença, 55% concordam em continuar aderindo às regras, enquanto 35% não pensam assim.

O estudo mostra que o custo da pandemia no bem-estar mental continua a crescer. Quase metade dos entrevistados no mundo (42%) sentiu que a pandemia afetou sua saúde mental. Neste quesito, o progresso na vacinação parece estar agindo como uma válvula tranquilizadora, visto que o impacto na saúde mental relatado é significativamente menor nos países "líderes" (35%) em comparação com os países classificados como ainda em batalha (49%). Os jovens estão sendo afetados de maneira mais profunda, com o grupo de 18 a 24 anos relatando o pior impacto, seguido pela faixa etária de 25 a 34 anos. Aqueles com 65 anos ou mais continuam a sofrer o menor nível de impacto, embora o índice tenha aumentado de 21% em agosto de 2020 para 29% em abril de 2021. Mais da metade da população (54%) disse ter tido sua renda afetada pela pandemia. Outros 18% esperam que sua renda familiar caia também como resultado da emergência sanitária.

Mais uma vez, impactou mais os jovens (18 a 34 anos) com 62% deles já tendo experimentado redução de rendimentos. A maioria das pessoas espera um impacto econômico de longo prazo. Em geral, 1 em cada 3 (33%) entrevistados acredita que a economia se recuperará rapidamente quando a pandemia estiver sob controle; índice era de 30% em abril de 2020. Nos países "líderes", apenas 28% das pessoas expressam o mesmo otimismo. Na hora de consumir, 70% da população continua a avaliar mais de perto os preços em lojas, supermercados e shoppings em comparação com 64% que dizia fazer o mesmo no ano passado. Além disso, 58% afirmaram que ficam atentos às liquidações, número 10% maior que há 12 meses. Durante a crise da Covid-19, a maioria das pessoas fez menos de 25% das compras de abastecimento online. Experiências positivas na web capturaram um novo e comprometido público.

Metade (49%) dos entrevistados tiveram uma boa experiência em e-commerce de supermercados e 38% acreditam que conseguem uma variedade melhor de produtos no ambiente online. Mais de 1 em cada 3 prefere agora comprar mantimentos pela internet. Outro ponto é que o localismo continua sendo importante. Metade (52%) da população presta hoje mais atenção à origem do produto do que antes da pandemia. Além disso, 68% preferem comprar em supermercados perto de casa e 64% consideram que as lojas locais são importantes para a comunidade. O comércio eletrônico tornou-se parte das vidas das famílias ao redor do mundo e é agora classificada como a atividade número 1 que as pessoas desempenham com mais frequência do que costumavam antes da pandemia. Em maio de 2020, a modalidade estava na 5ª posição. Outra mudança foram as intenções em torno dos "hábitos alimentares saudáveis". Anteriormente classificada como a prioridade número 2 para ser mantida na vida pós-confinamento, agora caiu para a 4ª posição, depois de compras online, aumento da higiene e passar tempo em casa com a família.

Número 3 na lista de intenções de maio de 2020, passar tempo com os familiares permanece na mesma posição. Entretanto, as promessas de "desenvolvimento pessoal" perderam espaço. Originalmente número 4 na lista de comportamentos pretendidos para serem levados adiante feita em maio de 2020, caiu para o número 10 no ranking atual. A partir dos dados trazidos nesta 9ª Onda de pesquisa, fica claro que, em países com um programa de vacinação mais avançado, a retomada da vida cotidiana está no horizonte. As pessoas têm menos ansiedade, se sentem mais seguras e estão mais abertas a voltar a se envolver com o mundo. Este é um desenvolvimento bem-vindo, mas a perspectiva de longo prazo ainda é desafiadora para muitas pessoas. A transformação do setor varejista parece ter vindo para ficar, enquanto as intenções da população quanto à transformação pessoal durante o confinamento tendem a desaparecer. Fonte: Kantar. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.