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18/Jun/2021

Juros: Selic tem nova elevação em decisão unânime

Em meio à pressão inflacionária mais recente no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, elevar a Selic (a taxa básica da economia) em 0,75%, de 3,50% para 4,25% ao ano. Este foi o terceiro aumento consecutivo dos juros, na esteira da alta recente da inflação. Com a decisão, a Selic retorna ao nível verificado em fevereiro de 2020, antes da pandemia de covid-19. Com a pandemia, o BC fez um primeiro movimento no sentido de acelerar os cortes da taxa, que se manteve no mínimo histórico de 2,00% ao ano de agosto do ano passado a março deste ano. Em um segundo movimento, iniciado em março, o BC recomeçou a elevar a Selic, numa tentativa de controlar a inflação. A decisão era largamente aguardada pelo mercado financeiro.

Ao justificar a decisão, o BC avaliou que, neste momento, o cenário básico do Copom indica ser apropriada a normalização da taxa de juros para patamar considerado neutro. Esse ajuste é necessário para mitigar a disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação. Ao mesmo tempo, o BC afirmou que, para a próxima reunião, antevê a continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste da mesma magnitude, ou seja, novamente de 0,75%. Contudo, uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte relevante pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários. O Comitê ressalta que essa avaliação também dependerá da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e de como esses fatores afetam as projeções de inflação. O BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário básico, que utiliza câmbio variando conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC) e juros do Relatório de Mercado Focus, o BC alterou a projeção do IPCA de 2021 de 5,1% para 5,8%.

No caso de 2022, a expectativa foi de 3,4% para 3,5%. Neste cenário, a autarquia ainda atualizou as projeções para os preços administrados, de alta de 8,4% para 9,7% em 2021 e de 5,0% para 5,1% em 2022. Adota-se uma hipótese neutra para a bandeira tarifária de energia elétrica, que se mantém em ‘vermelha patamar 1’ em dezembro de cada ano-calendário. A projeção do BC para a inflação já é superior ao teto da meta para este ano. Com os três últimos aumentos da Selic, o Brasil voltou a registrar uma das maiores taxas de juros reais (descontada a inflação) do mundo. O juro real brasileiro está agora em 1,92% ao ano. O País possui o segundo juro real mais alto do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes. Atualmente, o País só registra uma taxa real inferior à da Turquia (6,44%). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.