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09/Jun/2021

Bares e restaurantes sob o impacto da pandemia

Longe de se recuperar do impacto da pandemia de Covid-19, o volume de vendas em bares, restaurantes, lanchonetes e padarias registrou queda de 51,40% em abril deste ano na comparação com o mesmo período antes da pandemia, em 2019. Esse foi o pior desempenho desde junho (-53,10%). Em março, a redução havia sido de 49,40% na mesma base de comparação. O valor gasto nos estabelecimentos, por sua vez, registrou queda de 33,20% em abril, depois de recuo de 34,10% no terceiro mês do ano. Os dados são do levantamento Índices de Consumo em Restaurantes (ICR), calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base nas operações realizadas com os cartões Alimentação e Refeição da Alelo no País. Desde fevereiro de 2020, o setor de restaurantes está com indicadores menores do que em 2019. Nunca se recuperou. Até por conta do abre e fecha devido à pandemia.

Houve uma melhora gradual no faturamento ao longo dos meses, mas, com a segunda onda de Covid-19, voltou a piorar. O pior momento foi em abril de 2020, com redução de 61,90% no volume de vendas e de 47,60% do faturamento. Desde então, a queda menos significativa foi registrada em janeiro deste ano: -39,70% e -22,90%, respectivamente. Os números de abril mostram que o segmento ainda sofre com as fortes restrições, alcançando os piores resultados dos índices desde junho de 2020. O comportamento do setor está bastante prejudicado e vai ser difícil se recuperar enquanto a vacinação não estiver mais disseminada. Nesta edição, a divulgação da pesquisa completa um ano, mas a série histórica começa em 2018. Com a chegada da pandemia ao País e o forte impacto sobre a atividade econômica, a ideia do indicador foi compartilhar com a sociedade a gama de dados que a empresa tem sobre os segmentos de supermercados e restaurantes.

A Alelo está presente em cerca de 700 mil estabelecimentos comerciais em todo o Brasil e tem 8 milhões de usuários. Por outro lado, os supermercados continuaram a apresentar números compatíveis com o histórico pré-pandemia. Em abril, houve aumento de 0,20% no valor gasto ante igual período de 2019, na sequência do avanço de 7,30% em março, segundo os Índices de Consumo em Supermercados (ICS). Já o volume de vendas caiu 14% frente a abril de 2019, após queda de 11,90% no terceiro mês deste ano. O que dá para perceber claramente é que logo depois do início da pandemia houve migração do gasto com refeições prontas para os supermercados. Nesses estabelecimentos, a quantidade de compras caiu, mas o faturamento subiu. Isso significa que o tíquete médio subiu. Por conta do distanciamento social, as pessoas passaram a ir menos vezes aos supermercados e a fazerem compras maiores para evitar o contágio.

É possível concluir que o comportamento do consumo nos supermercados durante o mês de abril mostrou-se novamente resiliente ao agravamento do quadro da pandemia, bem como em relação às regras mais rígidas postas em vigor para reduzir o contágio em diversos Estados e localidades do País. O índice considera as transações realizadas em estabelecimentos como supermercados, quitandas, mercearias, hortifrútis, sacolões, entre outros. Em relação ao consumo nos restaurantes, todas as regiões brasileiras registraram retração significativa em abril frente ao mesmo mês de 2019. A maior retração foi observada na Região Nordeste (-34,8%), seguida de perto pela Região Sudeste (-34,10%). Depois, aparecem a Região Norte (-31,30%), Região Centro-Oeste (-30,60%) e Região Sul (-27,40%).

O desempenho também foi negativo em todos os Estados, mas a intensidade varia bastante, o que estaria relacionado a diferentes formatos e durações dos decretos de isolamento social. Os mais afetados foram Amapá (-44,90%), Tocantins (-43,50%) e Bahia (-39,40%). Em contrapartida, as quedas mais modestas foram registradas por Roraima (-1,20%), Acre (-5,90%) e Rondônia (-6,10%). No caso dos supermercados, os gastos diminuíram na Região Nordeste (-4,30%) e na Região Sudeste (-1,60%). Houve alta de 7,50% na Região Sul, de 6,20% na Região Norte e de 0,40% na Região Centro-Oeste. Os Estados com melhores resultados são Piauí (29,50%), Alagoas (12,40%) e Rondônia (10,10%). Os piores desempenhos são de Rio Grande do Norte (-20,40%), Roraima (-15,80%) e Sergipe (-14,00%). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.