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08/Jun/2021

Inflação é puxada pela seca e pelas commodities

A crise hídrica que já provoca aumento da tarifa de energia elétrica e a escalada de preços das commodities, especialmente as metálicas, elevaram as previsões de inflação para este ano. Consultorias projetam uma alta que beira 6% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Por oito semanas consecutivas, as expectativas do mercado financeiro para a inflação não pararam de subir, segundo o Boletim Focus do Banco Central (BC). A aceleração põe mais pressão sobre o BC, para que continue elevando os juros, a fim de conter a alta de preços. Com a inflação nesse patamar previsto de quase 6% este ano, a normalização da taxa nominal de juros precisa ser rápida. O Banco Central provavelmente terá que elevar a Selic para 6,5% no segundo semestre, podendo ir a 7% ou mais. Hoje, a taxa é de 3,5% ao ano. O que está em jogo neste momento é a expectativa da inflação para 2022.

Isso por causa de fatores adversos que elevaram a projeção do IPCA acima do inicialmente previsto para 2021, da recuperação mais acelerada da atividade e da turbulência do período pré-eleitoral, que deve ter impacto na taxa de câmbio. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), subir juros é a única opção que o BC tem neste momento, já que a sua função é mirar o centro da meta de inflação (de 3,75%). No entanto, a efetividade da alta dos juros para tirar o fôlego do câmbio e segurar a inflação neste momento não é total. Isso porque hoje as pressões inflacionárias se acumulam nos preços monitorados, como energia elétrica, medicamentos, planos de saúde, gasolina, por exemplo. Com exceção da gasolina, que tem influência direta do dólar, os juros impactam pouco a tarifa de energia que depende das chuvas. Além disso, os reajustes dos remédios e dos planos de saúde já ocorreram.

Foi exatamente o aumento nas projeções dos preços monitorados, de serviços e produtos que só podem ser alterados com aval do governo, que fez o Ipea revisar de 4,6% para 5,3% a projeção para o IPCA deste ano. Em março, os economistas da instituição projetavam um avanço de 6,4% para os preços monitorados. Mas, após a mudança de bandeira tarifária da energia, dos reajustes de remédios, planos de saúde a da gasolina, a taxa subiu para 8,4%. O fato de as pressões inflacionárias estarem acumuladas em alimentos e nos preços administrados é um grande problema. Além de esses produtos e serviços serem de difícil substituição pelos consumidores, o impacto da alimentação no domicílio, que subiu 18,5% em 2020, não saiu de cena. Os preços industriais no atacado, que subiram 25% em 2020, aumentem mais 25% este ano. Isso representa mais pressão de custos, que deve ser repassada para o varejo na medida em que a atividade for melhorando. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.