02/Jun/2021

Segundo o Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) da Agropecuária no primeiro trimestre deste ano, que cresceu 5,2% ante o primeiro trimestre do ano passado, foi satisfatório e surpreendente. A expectativa era de que poderia haver um contrabalanceamento no resultado, com as cadeias voltadas ao mercado externo favorecidas pela conjuntura internacional de preços e apresentando melhora na produção, mas com as cadeias que atuam no mercado doméstico puxando para baixo o desempenho, diante do menor consumo. O resultado reflete também os investimentos do produtor em pacotes tecnológicos avançados, mesmo com o aumento dos custos de insumos. Foi um resultado muito surpreendente que mostra que o produtor está investindo cada vez mais na atividade para aumentar a produção e abastecer o País.

Entre as culturas que puxaram o resultado trimestral do setor, estão os grãos, como soja e arroz. Era esperada uma queda de produtividade na colheita de arroz, em virtude do clima, mas o Rio Grande do Sul melhorou a produtividade, mesmo com clima não tão favorável. No caso da soja, a entidade espera que haja um deslocamento de parte da produção do primeiro para o segundo trimestre, em virtude do atraso na colheita. O mês de abril deste ano deve ser melhor que no ano passado em relação à colheita, mas houve preços muito mais altos. Quanto ao segundo trimestre do ano, a maior preocupação que pode afetar o desempenho do setor no período em relação ao ano passado é a quebra na produção de milho 2ª safra de 2021, que tem sido revisada para baixo constantemente por consultorias e órgãos oficiais. Isso pode pesar sobre o PIB da agropecuária do segundo trimestre, mas pode haver compensação pela maior produção de soja de abril.

Mas, o resultado deve ser positivo, talvez com uma ampliação não tão significativa quanto a do primeiro trimestre. O milho é a segunda principal cultura em grãos. Para o acumulado do ano, é esperado crescimento de 2,3% no PIB da agropecuária ante alta de 2% em 2020. No ano, a produção de grãos deve ser afetada por condições climáticas desfavoráveis, especialmente nos próximos trimestres. Agora, há um impacto mais severo do clima. O setor de carnes também tende a contribuir para segurar a expansão do PIB da agropecuária, em virtude do maior custo da alimentação animal. A dificuldade de se ter boi terminado e o alto custo dos grãos para confinamento de bovinos devem dificultar uma reposta mais rápida na oferta de gado e ampliar a produção na quantidade que o pecuarista gostaria. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.