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28/Mai/2021

Desemprego: taxa recorde no trimestre até março

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira (27/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,7% no trimestre encerrado em março. Em igual período de 2020, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,2%. No trimestre até fevereiro, a taxa de desocupação estava em 14,4%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.544,00 no trimestre encerrado em março. O resultado representa alta de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 212,514 bilhões no trimestre até março, queda de 6,7% ante igual período do ano anterior. No trimestre terminado em março de 2021, faltou trabalho para um recorde de 33,202 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho subiu de 28,7% no trimestre até dezembro para 29,7% no trimestre até março.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até março de 2020, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 24,4%. A população subutilizada subiu 3,7% ante o trimestre até dezembro, 1,171 milhão de pessoas a mais. Em relação ao trimestre até março de 2020, houve um avanço de 20,2%, mais 5,582 milhões de pessoas. A taxa de desocupação saiu de 13,9% no trimestre até dezembro para um recorde de 14,7% no trimestre até março. O Brasil alcançou um recorde de 5,970 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em março. O resultado significa 182 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em dezembro, um aumento de 3,1%. Em um ano, 1,2 milhão de pessoas a mais caíram em situação de desalento, alta de 25,1%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. A massa de salários em circulação na economia encolheu R$ 15,205 bilhões no período de um ano, para R$ 212,514 bilhões, uma queda de 6,7% no trimestre encerrado em março em relação ao mesmo período de 2020. Na comparação com o trimestre terminado em dezembro, a massa de renda real caiu 1,5%, com R$ 3,159 bilhões a menos. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve queda de 0,9% na comparação com o trimestre até dezembro, R$ 22,00 a menos. Em relação ao trimestre encerrado em março do ano passado, a renda média subiu 0,8%, R$ 20,00 a mais, para R$ 2.544,00. O País registrou um recorde de 14,805 milhões de pessoas desempregadas no trimestre encerrado em março.

É o maior contingente de toda a série histórica do IBGE. A taxa de desemprego passou de 13,9% no trimestre encerrado em dezembro para um ápice de 14,7% no trimestre terminado em março. O total de desocupados cresceu 6,3% em relação a dezembro, 880 mil pessoas a mais em busca de uma vaga. Em relação a março de 2020, o número de desempregados aumentou 15,2%, 1,956 milhão de pessoas a mais procurando trabalho. A população ocupada somou 85,650 milhões de pessoas, 529 mil trabalhadores a menos em um trimestre. Em relação a um ano antes, 6,573 milhões de pessoas perderam seus empregos. A população inativa somou 76,483 milhões de pessoas no trimestre encerrado em março, 225 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2020, a população inativa aumentou em 9,202 milhões de pessoas. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) caiu de 53,5% no trimestre encerrado em março de 2020 para 48,4% no trimestre até março de 2021.

No trimestre terminado em dezembro de 2020, o nível da ocupação era de 48,9%. O trimestre encerrado em março de 2021 mostrou um fechamento de 315 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em dezembro. Na comparação com o trimestre até março de 2020, 3,526 milhões de vagas com carteira assinada foram perdidas no setor privado. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 29,570 milhões no trimestre até março, enquanto outros 9,691 milhões atuavam sem carteira assinada, 294 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até março de 2020, foram extintas 1,333 milhão de vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria ganhou 565 mil pessoas a mais em um trimestre, mas ainda tem 322 mil a menos que o patamar de um ano antes, totalizando 23,837 milhões de pessoas. O número de empregadores diminuiu em 153 mil pessoas em um trimestre.

Em relação a março de 2020, o total de empregadores é 616 mil inferior. O País teve um aumento de 34 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para 4,936 milhões de pessoas, mas esse contingente ainda é 1,035 milhão menor que no ano anterior. O setor público contratou 159 mil ocupados no trimestre terminado em março de 2021 ante o trimestre encerrado em março de 2020. Na comparação com o trimestre até dezembro de 2020, foram fechadas 351 mil vagas. O País alcançou uma taxa de informalidade de 39,6% no mercado de trabalho no trimestre até março, com 34,029 milhões de trabalhadores atuando informalmente. Em um trimestre, 69 mil pessoas a menos atuavam como trabalhadores informais. A proporção de trabalhadores ocupados contribuindo para a previdência social ficou em 64,4% no trimestre até março. A taxa de desocupação alcançou patamar recorde em 12 das 27 Unidades da Federação no primeiro trimestre de 2021. A taxa de desocupação do País subiu de 13,9% no quarto trimestre de 2020 para um ápice de 14,7% no primeiro trimestre de 2021.

Os recordes foram registrados no primeiro trimestre em Rondônia (11,4%), Tocantins (16,3%), Maranhão (17,0%), Piauí (14,5%), Ceará (15,1%), Pernambuco (21,3%), Alagoas (20,0%), Sergipe (20,9%), Bahia (21,3%), Minas Gerais (13,8%), Rio de Janeiro (19,4%) e Goiás (13,5%). No estado de São Paulo, a taxa de desemprego ficou em 14,6%. A taxa de desocupação teve avanço estatisticamente significativo em relação ao quarto trimestre de 2020 em 8 Estados. Os maiores aumentos ocorreram em Tocantins (5,8%), Pará (2,9%), Maranhão (2,5%) e Piauí (2,5%). As maiores taxas foram as de Pernambuco (21,3%) e Bahia (21,3%), seguidos por Sergipe (20,9%) e Alagoas (20,0%). As menores ocorreram em Santa Catarina (6,2%), Rio Grande do Sul (9,2%), Paraná (9,3%) e Mato Grosso (9,9%). As regiões Norte e Nordeste puxaram a desocupação recorde no primeiro trimestre no País. Na Região Norte, a taxa de desocupação subiu de 12,4% no último trimestre de 2020 para 14,8% no primeiro trimestre deste ano.

Na Região Nordeste, a taxa aumentou de 17,2% para 18,6%. Ambas as Regiões registraram taxas recordes na série histórica iniciada em 2012. Além da desocupação em alta, o emprego existente nessas regiões é mais precário. A taxa de informalidade ficou em 53,3% na Região Nordeste e em 55,6% na Região Norte, as únicas Regiões com resultado acima da média nacional de 39,6%. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi de apenas 40,9% na Região Nordeste e de 48,2% na Região Norte. O nível de ocupação foi maior na Região Sul (54,3%) e na Região Centro-Oeste (54,2%). Na média nacional, o nível de ocupação caiu de 53,5% no trimestre encerrado em março de 2020 para 48,4% no trimestre até março de 2021. O mercado de trabalho no Brasil vive seu pior momento em mais de um ano de pandemia. Aumentar a desocupação no primeiro trimestre de cada ano não é uma situação específica desse ano de 2021, é um comportamento relativamente esperado para esse momento do ano.

Mas, essa sazonalidade pode estar sendo reforçada pelo acúmulo que vem ocorrendo ao longo de 2020 de uma queda muito significativa de pessoas ocupadas, na medida que o tempo vai passando, e as pessoas passem a pressionar mais o mercado de trabalho em busca de ocupação. O País registrou um recorde de 14,805 milhões de pessoas desempregadas no trimestre encerrado em março, 880 mil pessoas a mais em busca de uma vaga em relação ao trimestre encerrado em dezembro. Em relação a março de 2020, o número de desempregados aumentou 15,2%, 1,956 milhão de pessoas a mais procurando trabalho. Os que contribuíram para o aumento na desocupação foram as mulheres, foram pretos e pardos, e, em termos regionais, foram Norte e Nordeste do País. A população ocupada somou 85,650 milhões de pessoas, 529 mil trabalhadores a menos em um trimestre. Em relação a um ano antes, 6,573 milhões de pessoas perderam seus empregos.

A taxa de desemprego só não subiu ainda mais porque a população inativa cresceu a 76,483 milhões de pessoas, 225 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2020, a população inativa aumentou em 9,202 milhões de pessoas. Considerando todos os subutilizados, faltou trabalho para um recorde de 33,202 milhões de pessoas no País no primeiro trimestre de 2021. A conta inclui as pessoas em busca de emprego, quem está trabalhando menos horas do que gostaria e poderia, além das pessoas que não estão procurando vaga, mas estão disponíveis para trabalhar, como os desalentados. O avanço da desocupação e da subutilização é maior atualmente em função da crise no mercado de trabalho provocada pela pandemia. É uma conjunção de fatores. No primeiro trimestre, tem a questão tanto da crise em si, que está comprometendo a absorção da mão de obra, e o momento que é propício ao aumento da desocupação. De fato, esse primeiro trimestre pode ser visto como um momento bastante desfavorável para o mercado de trabalho. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.