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18/Mai/2021

Dólar recua e segue acumulando perdas em maio

O dólar fechou com variação discreta nesta segunda-feira (17/05). Operadores locais acompanharam a perda de força da moeda no exterior em meio a dúvidas acerca do apelo do ativo num cenário de inflação em alta e juros baixos nos Estados Unidos. O foco dos agentes financeiros está na quarta-feira (19/05), quando o Fed (banco central norte-americano) divulgará a ata de sua reunião de política monetária de abril. O dólar vem mostrando fraqueza em todo o mundo mais recentemente pela interpretação de que a inflação está ganhando ritmo nos Estados Unidos em meio aos massivos estímulos monetários e fiscais. Períodos de inflação em alta geralmente beneficiam o dólar por virem acompanhados de expectativa de aumentos dos juros norte-americanos.

No entanto, o mercado não embarcou em apostas de mais juros no curto prazo, já que o Fed tem dito que manterá as taxas baixas por mais alguns anos. Nesse cenário, o dólar vê seu valor corroído pela elevação das expectativas de inflação, que por sua vez derruba a taxa real de juros, minando a atratividade da moeda como opção de investimento. Na ata do Fed a ser divulgada na quarta-feira (19/05), os investidores buscarão saber se o banco central norte-americano manterá com a mesma assertividade o compromisso de juros baixos com entendimento de inflação transitória. O debate sobre o dólar no mundo ocorre enquanto no Brasil a moeda parece estar em terreno excessivamente vendido depois da queda de 9,7% entre a máxima de 13 de abril, acima de R$ 5,76, e a mínima do dia 10 de maio (R$ 5,20).

O BTG Pactual vê como suportes mais próximos as taxas de R$ 5,27 e R$ 5,20. O índice de força relativa de 14 dias (uma medida de quão excessivamente fraco ou forte um ativo está) ronda 36. Patamares em torno de 30 costumam ser vistos como indicativo de que um ativo (no caso, o dólar) está excessivamente fraco, o que pode abrir espaço para compras de oportunidade. No fechamento do mercado nesta segunda-feira (17/05), o dólar teve variação negativa de 0,09%, a R$ 5,26. Ao longo do dia, oscilou de R$ 5,32 (+0,95%), ainda no começo do pregão, a R$ 5,24 (-0,47%), por volta de 14h. O dólar recua 3,04% em maio, o que deixa o Real na vice-liderança entre as moedas de melhor desempenho no mês, atrás somente do florim húngaro, com ganho de 3,6%.

Dados da agência norte-americana que regula os mercados futuros mostraram que fundos e especuladores dos Estados Unidos ficaram comprados em Real (apostando na alta da moeda brasileira) pela primeira vez em quase dois anos. Isso não significa, porém, que haja visão estruturalmente otimista em relação à taxa de câmbio. O UBS, por exemplo, avalia que o interesse pelo Real para operações de "carry trade" permanece baixo, afetado por uma perspectiva de ambiente político-fiscal ainda volátil e desafiador no Brasil. O UBS mantém uma postura neutra. Não está tão convicto sobre o Brasil neste momento e aguarda para ver como as dinâmicas domésticas vão se desenrolar. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.