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18/Mai/2021

Momento favorável a exportadores de commodities

Impulsionadas pela alta do dólar e pelo avanço da cotação das commodities, as empresas exportadoras voltaram a apresentar resultados fortes no primeiro trimestre e consolidaram a posição de principais ganhadoras entre o grupo das companhias de capital aberto brasileiras na crise da pandemia. Os analistas esperam a sustentação de números favoráveis ao longo do ano e dizem que o desempenho do grupo ajudará a dar contribuição positiva para a retomada da economia, que ainda é desigual. Lideradas pela Vale, o conjunto de 13 das principais empresas listadas voltadas ao mercado externo viu a receita avançar 45% no primeiro trimestre, na comparação com igual período de 2020, para cerca de R$ 340 bilhões.

Juntas, elas tiveram lucro de R$ 44,6 bilhões, ante prejuízo de 76,4 bilhões no primeiro trimestre do ano passado, quando uma série de efeitos contábeis distorceu os dados. Além da mineradora e da Petrobrás, o grupo inclui nomes como Suzano, BRF, WEG, Braskem e Klabin. A recuperação de volume foi muito relevante e houve choque de preços. É natural que eles sejam os vencedores. A combinação entre dólar alto e preços elevados de commodities deve manter os resultados dessas companhias fortes em 2021. No setor de proteínas, a maior empresa, a JBS, aproveitou-se de sua vasta diversificação geográfica para tomar carona na recuperação da economia de países como os Estados Unidos.

A reabertura de restaurantes depois da vacinação contra a Covid-19 nos Estados Unidos, mais rápida que no Brasil, está aumentando as vendas da unidade norte-americana, a maior da empresa. A expectativa é que o bom desempenho dessas gigantes no exterior deve beneficiar a atividade econômica como um todo no Brasil. As empresas aumentam receitas, rentabilidade, e, se perceberem que o cenário vai continuar, vão investir. Além do benefício do setor, acabam carregando investimento. Isso gera demanda na cadeia de fornecedores. A melhora do ambiente externo tem sido citada como um dos fatores que podem levar o Brasil a ter um PIB mais forte neste ano, através das exportações, e já motiva revisões por parte de alguns economistas e bancos.

Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, a expectativa é de um crescimento do PIB de 3,1% em 2021. Há um mês, estava em 3,04%. Enquanto os exportadores se consolidam na ponta positiva, os economistas chamam a atenção para o comportamento desigual das empresas de capital aberto na pandemia. O panorama é todo de disparidade enorme entre as empresas e setores. No grupo dos mais afetados, estão companhias que foram diretamente impactadas pelo fechamento da economia e cuja recuperação depende da melhora na pandemia, ou seja, do ritmo de vacinação.

Há ainda diferença dentro dos próprios setores: algumas empresas de varejo se beneficiaram de operações digitais mais sólidas, por exemplo. Outras, em contraste, dependem mais de vendas em lojas, como as de vestuário, e foram fortemente afetadas. O setor aéreo, porém, é o maior exemplo das disparidades. Em seus balanços de primeiro trimestre, ainda fortemente impactados pela pandemia, Azul e Gol apostaram todas as fichas na vacinação contra a Covid-19, e sinalizaram alguma recuperação nas vendas de passagens nas últimas semanas do primeiro trimestre. No entanto, reconheceram que o baque da segunda onda foi forte. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.