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18/Mai/2021

Agricultura Familiar terá crédito rural por um APP

De olho no gargalo do crédito e no potencial da agricultura familiar, que reúne quase quatro milhões de produtores que respondem por cerca de 70% do que vai no prato do brasileiro, a Serasa Experian está lançando um shopping virtual de crédito voltado para o produtor familiar. A intenção é aproximar o sistema financeiro dos potenciais interessados em tomar esses recursos. O crédito será oferecido por meio de um aplicativo, acessado pelo smartphone. O marketplace começa com um banco digital e duas agritechs como ofertantes de crédito a 100 mil agricultores familiares sobre os quais existem informações e uma nota de crédito. Na fase inicial de funcionamento do shopping virtual, que deve durar três meses, o potencial é emprestar R$ 1,25 bilhão, considerando que o valor médio do crédito deve ser de RS 12,5 mil. No entanto, o valor dos empréstimos vai de R$ 10 mil a R$ 100 mil e terão como garantia a produção rural financiada. A Serasa vai receber uma comissão sobre os negócios fechados. Depois, por seis meses, serão acompanhadas as taxas de default (calote) de aprovação e, na sequência, será aberto o marketplace para os cerca de 4 milhões de produtores familiares.

Quando o projeto estiver funcionando plenamente, o marketplace pode atrair cerca de 20 instituições financeiras entre bancos, fintechs e bancos digitais. Os juros cobrados devem acompanhar as taxas de mercado e a vantagem é a aprovação sem burocracia e sem a exigência de um projeto, como ocorre nas linhas oficiais. Neste caso, o que embasa a aprovação de crédito é a nota do produtor dada pelo score da Serasa. Para melhorar a comunicação com os produtores familiares e tornar o marketplace conhecido entre eles, a empresa fechou uma parceria com a Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). A oferta de crédito do governo não consegue suprir a demanda do agricultor familiar. Hoje, o crédito oficial para o agricultor familiar é de difícil acesso e está limitado pelo orçamento púbico. Não é de hoje que a Serasa, um birô de crédito criado pelos bancos e voltado para reunir informações financeiras sobre empresas e pessoas físicas ligadas ao mundo comercial, se voltou para o agronegócio. Faz dois anos que a companhia montou uma equipe só para estudar o potencial e as peculiaridades do agronegócio no mundo do crédito.

O produtor rural deixa de pagar a conta da TV a cabo ou o cartão de crédito, por exemplo, não significa que ele é mau pagador porque no mundo agro há outras variáveis envolvidas. Entre elas, o valor da produção futura que ele vai tirar da terra, que pode ser muito maior do que a dívida não paga do cartão. Os primeiros resultados desse novo segmento de negócio, onde a empresa vai aplicar R$ 40 milhões nos próximos dois anos, começaram a surgir no final de 2020, quando a Serasa colocou no mercado um score de crédito e de risco climático, cujos clientes são bancos e fintechs. Desde o início de janeiro iniciou um birô de informações de crédito para o segmento de óleos vegetais em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). Além disso, pretende ampliar para outros segmentos. Para acelerar a inserção no agronegócio, no final de janeiro, a companhia a comprou a Brain Ag, uma empresa de big data voltada para operações financeiras do setor. E, agora, dá o início no marketplace de crédito para agricultura familiar. O objetivo da Serasa é ser tão relevante para o crédito no agro quanto é para o crédito comercial. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.