11/Mai/2021

Os preços do milho, trigo e outras commodities agrícolas estão subindo, mas algumas ações de empresas agrícolas não têm acompanhado o ritmo. Esse descompasso criou uma oportunidade de compra de papéis de companhias abertas. Os preços do milho aumentaram 57% desde o início do ano, enquanto a soja e o trigo subiram 22% e 20%, respectivamente. Para os produtores, essa é uma boa notícia, já que eles tendem a ganhar mais com as safras e gastar mais para aumentar a produção. Os fabricantes de defensivos agrícolas e sementes, Corteva e FMC, relataram lucros na divulgação dos resultados, na última semana. As ações da Corteva caíram 4,2% no dia em que foi divulgado o documento, enquanto a FMC caiu 3,6%. Os lucros foram bons (ambas as empresas ganharam), mas nenhuma delas projetou aumento de lucros para o ano inteiro, embora os preços das safras estejam em alta.

Em contrapartida, os investidores não devem se preocupar, já que os preços das commodities agrícolas são impulsionados pela oferta, não pela demanda, como é o caso da maioria das outras commodities. A procura por alimentos geralmente é muito estável, mas a oferta pode variar amplamente com o clima. Desta vez pode ser diferente, já que a oferta está crescendo, pois existe uma nova fonte de demanda. A China está importando grandes quantidades de milho, cerca de 32 milhões de toneladas em 2020 e 2021, quase tanto quanto o país importou nos 20 anos anteriores. A população da China está consumindo mais carne, o que significa mais milho e soja para a alimentação animal. Isso deve dar aos investidores a confiança de que os preços das commodities podem permanecer elevados nos próximos dois anos. Se for esse o caso, as ações agrícolas não parecem tão caras. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.