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10/Mai/2021

Títulos Verdes: a expansão de emissões no Brasil

O agronegócio vem captando mais recursos por meio de operações de crédito sustentáveis, os "títulos verdes", e a expectativa é de que o montante levantado em 2021 cresça 50%, segundo Cristóvão Alves, gerente de Finanças Sustentáveis da Sitawi. A organização é líder em avaliações independentes dessas operações. Após uma única transação em 2015, a da BRF, e duas em 2019, saltou para 13 no ano passado o número de títulos internacionais, empréstimos, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e outros papéis com benefícios sociais, ambientais e/ou climáticos. Em 2021, já são 11. Diversos fatores impulsionam o mercado. Desde agosto do ano passado estão publicados critérios de certificação para o agronegócio pelo Climate Bonds Initiative (CBI) e tem aumentado o interesse do setor em se financiar por esta via, assim como há maior procura de investidores. Também devem crescer as captações por bancos para emprestar ao agronegócio. Em 2020, usinas de açúcar e etanol lideraram as transações com títulos verdes. Mas empresas produtoras de grãos, ovos e cooperativas também contribuíram para a captação chegar a R$ 1,472 bilhão no Brasil e US$ 655 milhões no exterior - US$ 940,8 milhões ao todo.

Neste ano, das 11 captações, 8 foram no Brasil, somando R$ 2,161 bilhões, e 3 internacionais, de US$ 830 milhões, totalizando US$ 1,213 bilhão. Companhias de bioenergia ainda são maioria, mas M.Dias Branco, de biscoitos e massas, e Ourofino Agrociência, de agroquímicos, também entraram no jogo. A chefe do CBI na América Latina, Leisa Souza, explica que os critérios de agricultura orientam a certificação de "Títulos Climáticos" emitidos para diversas culturas, como soja, algodão, setor sucroalcooleiro e pecuária. Há possibilidade para que, no curto prazo, bancos ou agroquímicas façam emissões verdes cujos recursos se destinem a um grande número de produtores. Um CRA pulverizado não é algo que está longe de acontecer. Os segmentos de carnes e o sucroalcooleiro são hoje os mais preparados para emitir títulos sustentáveis, e o setor de grãos vem se aproximando desse mercado. Médias e grandes empresas, com melhor gestão, são as com maior facilidade para acessar investidores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.