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06/Mai/2021

Combustíveis: commodities pressionarão preços

Segundo projeção do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo e Gás (Ineep), o mercado brasileiro de combustíveis deve passar por novas turbulências neste ano, por conta de fatores externos e internos. De um lado, a alta das commodities vai pressionar os preços nos postos revendedores. Do outro, bases eleitorais do governo, como os caminhoneiros, devem continuar reivindicando por um alívio nos custos. No centro dessa pressão, está o presidente da República, Jair Bolsonaro, alvo de questionamentos do Congresso sobre sua política de enfrentamento da pandemia de Covid-19. O preço do petróleo começou a ganhar força com a recuperação gradual das economias de grandes consumidores mundiais, diante da disseminação da vacina. Se esse cenário se estender pelos próximos meses, a conta recairá sobre os caminhoneiros e outros segmentos econômicos que têm nos combustíveis uma fatia relevante da composição total dos seus orçamentos.

Os caminhoneiros são uma importante base eleitoral de Bolsonaro. No início deste ano, a categoria ameaçou repetir a greve histórica de maio de 2018 e, mais uma vez, parar o País em protesto aos sucessivos reajustes do diesel. As reivindicações culminaram na demissão do então presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Até agora, não está claro para grandes consumidores de diesel e para o mercado financeiro qual política o novo comando da estatal adotará daqui para frente. De um lado, os caminhoneiros pedem o fim da política de paridade de importação (PPI), de alinhamento dos preços internos aos internacionais, acrescido do câmbio e custos logísticos. Do outro, pequenos investidores da Petrobras querem a manutenção dessa política, com o argumento de que o Brasil deve ser inserido no mercado mundial de petróleo. O cenário é de mais turbulências. Há desdobramentos desgovernados da CPI da Covid-19.

O governo deve lançar mão de subterfúgios para evitar nova crise com os preços dos combustíveis. Pode ser que a gente tenha surpresas nas próximas semanas ou meses. O resultado serão novos sobressaltos, com ameaças de greve e tentativas do governo de lidar com o problema de maneira paliativa. A venda de refinarias da Petrobras para investidores privados tende a ser mais uma variável neste cenário de pressões sobre o governo. Com novos atores entrando, haverá dificuldade maior de coordenação e mais pressão pela manutenção de uma política de alinhamento ao mercado internacional. Até agora, a Petrobras fechou a venda de uma das oito refinarias das quais pretende se desfazer. O Mubadala, fundo de investimento dos Emirados Árabes, vai pagar US$ 1,65 bilhão pela Refinaria Landulpho Alves (Rlam), instalada no município de São Francisco do Conde, na Bahia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.