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03/Mai/2021

Dólar volta a subir para acima do nível de R$ 5,40

O dólar fechou a sexta-feira com a alta diária mais forte em mais de um mês, em meio ao fortalecimento global da moeda por realização de lucros, mas nada que aqui no Brasil impedisse a divisa de registrar a maior queda para abril desde 2016, com alívio no plano político-fiscal doméstico e, também, nos temores de inflação nos Estados Unidos. O Real teve em abril o segundo melhor desempenho entre as principais moedas, depois de passar boa parte do ano liderando as perdas. O dólar subiu 1,81% na sexta-feira (30/04), para R$ 5,4315, maior valorização diária desde o último dia 24 de março. Houve ampla oscilação no pregão: a cotação variou de R$ 5,33 a R$ 5,45. No exterior, o índice do dólar saltava 0,75%, a caminho do maior ganho desde fevereiro. Na semana, o dólar no Brasil caiu 1,19%, aprofundando as perdas em abril para 3,53%, na primeira queda mensal em 2021. A desvalorização foi a mais forte desde novembro do ano passado (-6,82%) e, considerando apenas abril, a mais acentuada desde 2016 (-4,34%).

Nos últimos quatro anos o dólar havia ganhado força nos meses de abril. Com as perdas do mês, o dólar reduziu a alta no ano para 4,62%. Com isso, o Real agora divide com o sol peruano o posto de quinto pior desempenho em 2021, uma melhora de posição, já que durante boa parte do ano a moeda brasileira ficou na lanterna. Continuando a consolidação sobre as reformas, a tendência do dólar é de mais queda. A discussão sobre reformas havia ficado de lado nos últimos tempos em meio ao recrudescimento da crise sanitária e a debates sobre mais despesas para controlar a pandemia, os quais levaram no começo de março à aprovação de uma PEC Emergencial que causou no mercado um mal-estar posteriormente agravado pelo impasse do Orçamento. Mas a solução da crise orçamentária alcançada em abril voltou a abrir espaço para queda do dólar. Desde a máxima de 29 de março (R$ 5,7681), o dólar acumula baixa de 5,84%.

A chance de continuidade da trégua na taxa de câmbio em maio é amparada ainda pela expectativa de um pano de fundo global mais tranquilo para mercados emergentes, com a trégua na pressão na renda fixa norte-americana, o que ajudou os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) a deixar as máximas em 14 meses alcançadas em março. Na teoria, quanto mais altas as taxas dos Treasuries, mais apelo ganha o dólar, já que a maior demanda pelo papel se traduz em mais fluxos denominados na moeda norte-americana. A expectativa de melhora nos ingressos de recursos ao país, com aumento das estimativas para exportações neste ano, o que ajudará o Brasil a registrar superávit em conta corrente de US$ 2 bilhões, e que incluem ainda aumento de 70% (US$ 20,1 bilhões) nos investimentos diretos no país (IDP), para US$ 54,3 bilhões. Isso poderá levar a uma apreciação do Real até o fim do ano. Fontes: Reuters e Cogo Inteligência em Agronegócio.