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20/Abr/2021

Argentina: temor de intervenção em mais setores

Entidades representativas do agronegócio argentino temem que as medidas do governo para controlar as exportações de carne bovina possam ser estendidas a outros produtos alimentícios como milho, trigo e leite. Representantes destas entidades rechaçaram as medidas adotadas pelo presidente Alberto Fernández. Para a Confederações Rurais Argentinas (CRA), com esse movimento de intervenção, que está muito preocupado em como conter a inflação, mas não atacando as causas, é muito provável que essas medidas sejam mais intensas e continuem no milho, no trigo ou no leite.

A decisão do governo argentino prevê o monitoramento e possível restrição dos embarques de proteína animal por meio da criação de um registro para controle das vendas externas. O governo atribuiu a medida à necessidade de controlar a inflação. A política não foi bem recebida pelo setor agrícola, que compara a política à aplicação de registros de exportação do governo de Cristina Kirchner. São políticas que foram aplicadas no passado e que não atingiram o objetivo desejados.

As restrições podem vir por meio do encerramento de registros de exportação, pelo aumento das retenciones (tributo local que incide sobre as vendas externas de grãos) e pelo limite para volume a ser exportado de commodities agrícolas. Tudo com o fim de condicionar a competitividade. Isso traz uma grande queda nas expectativas do produtor e pode causar um colapso nos níveis de produção, como aconteceu em 2006. Naquele ano, a Argentina precisou importar trigo para abastecer o mercado interno.

Segundo a Câmara da Indústria Oleaginosa da República Argentina (Ciara) e o Centro de Exportadores de Cereais (CEC), os exportadores de trigo ponderam que a medida adotada incide até o momento apenas sobre a carne bovina. Mas, por enquanto, elas não afetam as vendas de trigo ou de qualquer outro grão. Não há conhecimento sobre nenhuma ideia do governo de aumentar as retenciones sobre o trigo. Não há efeitos negativos nas exportações de trigo para o Brasil.

A ponderação deve-se ao fato de o País depender do cereal argentino para moagem de farinha e produção de derivados. A Argentina é o principal fornecedor de trigo para o Brasil, respondendo por 85% das importações anuais. Atualmente, 60% do trigo processado pelos moinhos brasileiros é importado. As empresas argentinas já realizaram neste ano todas as compras de trigo de produtores locais para abastecer o Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.