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15/Abr/2021

Brasil precisará enfrentar as questões ambientais

Segundo a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), ainda há muito a ser feito para o Brasil alcançar a implementação total do Código Florestal. A entidade defendeu o combate ao desmatamento ilegal e ressaltou que essa obrigação é do País. Quando algo afeta o bem comum mundial, chamado Amazônia, a marca Brasil é afetada e todos os produtos brasileiros. A depender dos acordos desenhados e se utilizar os ativos ambientais, o País pode sair da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2021 (COP21) como uma potência agroambiental. Utilizar nossos ativos não é pedir tantos bilhões de dólares para diminuir o desmatamento. É utilizar o ativo nas trocas comerciais e nas relações internacionais. Combater o desmatamento ilegal é obrigação legal do Brasil.

Está dentro do arcabouço legal brasileiro e isso tem que ser feito. A regularização fundiária também está entre os maiores desafios do agronegócio brasileiro para os próximos anos. Para o Insper, o desafio do agronegócio brasileiro de comunicar e praticar a sustentabilidade não vem da pressão de outros países e sim da ilegalidade que ainda existe na agricultura brasileira. O problema não é de outros países, mas essencialmente uma ilegalidade que ainda existe na agricultura e que tem que ser revolvida. O combate a essa ilegalidade ainda existente deve ser feito por meio da aplicação das leis brasileiras, da implementação do Código Florestal e da regularização fundiária. Existe uma minoria do agro que está ligada ao desmatamento e para combater isso é preciso fazer regularização fundiária e implementar o Código Florestal.

Se isso não for feito, a agricultura terá duas velocidades: uma que se desenvolve e respeita sustentabilidade e outra atrasada que vive na ilegalidade. O ponto central do País daqui para a frente é reduzir a média do desmatamento de 1 milhão de hectares por ano. Hoje, 96% do desmatamento é ilegal e 65% ocorrem em terras públicas (reservas naturais, parques, terras devolutas, terras de assentamento), de acordo com apenas 3% dos Cadastros Ambientais Rurais (CAR) foram validados após quase 10 anos de existência do Código Florestal. Há mais de 7 milhões de CAR para 5 milhões de propriedades agrícolas. Tem CAR inclusive em terras públicas. A gestão pública é um grande desafio. O Brasil tem muito potencial para crescer em produção agrícola sem desmatar.

São 75 milhões de hectares para agricultura e 170 milhões de hectares em pastos. Diferente de outros países que não têm para onde crescer a produção agrícola, o Brasil tem pastos e a integração lavoura-pecuária tem sido feita com grande sucesso. Na avaliação da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a sociedade brasileira acordou e exige um caminho diferente para o País retomar seu posto de potência agroambiental. A sociedade empresarial brasileira tem que sair do papel de omissão e dizer que está na hora de dar novo rumo à política ambiental desse País. Todas as grandes mudanças políticas ocorridas no Brasil ocorreram por pressão da economia, o que não será diferente neste momento. A sociedade está exigindo um caminho diferente.

Para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Brasil tem toda a tecnologia e o capital natural para liderar no mundo a economia verde. O Brasil e mundo vão sair da atual crise com aspectos transformacionais. A desigualdade aumentou com a Covid-19 e o mundo passa a valorizar um ativo que só a o Brasil pode preservar. O BNDES está à disposição das organizações voltadas para a preservação do meio ambiente alegando que o banco de fomento tem um histórico para tratar do tema porque desde 1991 tem um departamento voltado para a biodiversidade. O Brasil tem toda a tecnologia e capital natural para liderar economia verde. No entanto, além da necessidade de investimentos direcionados para financiar a bioeconomia na Região Amazônica, é preciso entender as características da região e trabalhar em parceria com os habitantes da região e aproveitando seus conhecimentos.

Tornar o País em uma bioeconomia passa pelo empreendedor da floresta sustentável. O BNDES criticou o setor bancário brasileiro e incluiu na crítica a própria instituição que preside por ter negligenciado por anos a temática da bioeconomia. O setor bancário negligenciou por anos a Região Amazónica. Daqui para frente as empresas, o comércio mundial de modo geral, vão passar a correr não só apenas do lucro financeiro, mas também de ativos associados à preservação do meio ambiente, de uma economia sustentável. A boa notícia é que os clientes corporativos o BNDES estão muito interessados em investir e adquirir ativos verdes. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.