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14/Abr/2021

Inflação: combustível exerce pressão generalizada

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os preços dos combustíveis exerceram a maior pressão sobre o orçamento de famílias de todas as classes de renda em março, quando houve aceleração nas taxas de inflação para todas as faixas de renda. A inflação acumulada em 12 meses, entretanto, segue muito mais elevada para as famílias mais pobres. A taxa de inflação das famílias mais pobres (7,2%) em 12 meses segue bem acima da observada no segmento mais rico da população (4,7%). No acumulado do ano até março, a inflação do segmento mais rico da população (2,3%) é superior à apontada pela classe mais baixa (1,6%), repercutindo, basicamente, a desaceleração dos alimentos e a alta dos combustíveis. Na passagem de fevereiro para março, as maiores variações foram registradas nos segmentos de renda média (1,09%) e renda média-alta (1,08%).

As famílias de renda muito baixa e renda baixa apresentaram o menor aumento inflacionário, com taxas de 0,71% e 0,85%, ante 0,67% e 0,80% em fevereiro. O grupo transportes pesa mais para os mais pobres, pois além dos combustíveis mais caros (11,2%) houve reajustes de 0,11% na passagem de ônibus e de 1,84% do trem. Na faixa de renda mais elevada, a inflação percebida saiu de 0,98% em fevereiro para 1,00% em março. Para as famílias de renda mais alta, as deflações das passagens aéreas (-2,0%) e dos aplicativos de transporte (-3,4%) atenuaram o aumento dos combustíveis. Em relação aos demais grupos, a segunda maior contribuição à alta da inflação das famílias mais pobres veio da habitação, repercutindo os aumentos de 5,0% do botijão de gás, de 1,1% dos artigos de limpeza e de 0,76% da energia elétrica.

Para o segmento mais rico da população, o reajuste de 0,89% da alimentação fora do domicílio explica a pressão exercida pelo grupo alimentos e bebidas. Deve-se ressaltar, no entanto, que, mesmo diante desse aumento dos serviços de alimentação, o desempenho dos alimentos no domicílio, que registrou, no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a primeira desaceleração (-0,17%) desde outubro de 2019, voltou a impedir um aumento ainda maior das taxas de inflação em março. O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar de até R$ 1.650,50 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 16.509,66, no caso da renda mais alta. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.