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12/Abr/2021

Inflação: alta de alimentos desacelerou em março

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou março com alta de 0,93%, ante um avanço de 0,86% em fevereiro. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,05%. Em 12 meses, o resultado foi de 6,10%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 0,86% em março, após um avanço de 0,82% em fevereiro. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 1,96% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 6,94%. Em março de 2020, o INPC tinha sido de 0,18%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados.

As famílias gastaram 0,81% a mais com habitação em março, uma contribuição de 0,12% para a taxa de 0,93% registrada pelo IPCA no mês. O destaque foi o encarecimento do gás de botijão, que subiu 4,98%, acumulando um aumento de 20,01% nos últimos 12 meses. A energia elétrica ficou 0,76% mais cara em março, apesar de mantida a bandeira tarifária amarela. Houve reajustes a partir de 15 de março nas tarifas de concessionárias de energia no Rio de Janeiro. O gás encanado subiu 1,09%, devido a aumentos em Curitiba (PR) e no Rio de Janeiro (RJ). A taxa de água e esgoto teve elevação de 0,13%, em consequência de reajustes em Curitiba (PR) e Aracaju (SE). As famílias brasileiras gastaram 3,81% a mais com Transportes em março, um impacto de 0,77% sobre o IPCA.

Os preços dos combustíveis aumentaram 11,23% no último mês. Em 10 meses de aumentos consecutivos, a gasolina já ficou 42,39% mais cara. A gasolina subiu 11,26% em março, sendo responsável sozinha por 0,60% da taxa de inflação de 0,93% do mês, item de maior impacto no IPCA. Também ficaram mais caros o etanol (12,59%) e o óleo diesel (9,05%), contribuindo conjuntamente com mais 0,11% para o IPCA. As famílias também pagaram mais pelos pneus (3,27%), seguro de veículo (2,62%), automóveis usados (1,00%) e automóveis novos (0,68%). Por outro lado, houve recuo no custo do aluguel de veículo (-14,02%) e do transporte por aplicativo (-3,42%). As passagens aéreas tiveram uma queda de 1,96% em março.

O fim do pagamento do auxílio emergencial pelo governo às famílias mais vulneráveis e o recrudescimento da pandemia podem estar por trás da menor demanda por itens alimentícios, com reflexo sobre os preços do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma elevação de 0,27% em fevereiro para um aumento de 0,13% em março. O grupo contribuiu com 0,03% para a taxa de 0,93% do IPCA no mês. O endurecimento de medidas restritivas para conter a disseminação da Covid-19 reduz a demanda de restaurantes e de famílias por alimentos perecíveis, o que pode fazer os preços diminuírem. No entanto, as condições climáticas favoráveis e a sazonalidade das lavouras também contribuíram para o aumento menor no custo dos alimentos.

A alimentação no domicílio caiu 0,17% em março, com recuos nos preços do tomate (-14,12%), batata-inglesa (-8,81%), arroz (-2,13%) e leite longa vida (-2,27%). As carnes ficaram 0,85% mais caras. A alimentação fora do domicílio subiu 0,89% em março, puxada pelas altas do lanche (1,88%) e da cerveja (1,70%). O dólar alto estimula as exportações, além disso teve aumento do custo de produção, com aumento de preço da ração. Ainda não há sinais de pressão de demanda sobre a inflação. Nota-se que os serviços ainda têm uma variação pequena, inclusive em alguns casos com deflação. E essa aceleração do IPCA nos últimos meses tem muito a ver com monitorados, não tem tanto a ver com demanda. Gás de botijão, gasolina, os combustíveis são reajustados nas refinarias, e eventualmente chegam ao consumidor final.

A inflação de itens monitorados pelo governo aumentou de 1,69% para 2,81%. É necessário avaliar o IPCA mês a mês, e não dá para dizer que é um novo patamar de inflação. Nos últimos dois meses, a teve o peso dos combustíveis (mais caros). Mas, os preços administrados podem recuar. A Petrobras anunciou redução no preço dos combustíveis. A gasolina tem um peso grande, e os alimentos estão desacelerando. O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, se manteve em 63% em março, mesmo resultado de fevereiro. A difusão de itens alimentícios caiu de 67% em fevereiro para 65% em março, enquanto a de itens não alimentícios permaneceu em 61% em março, mesmo resultado do mês anterior. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.