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09/Abr/2021

Política ambiental e imagem externa são desafios

Segundo a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o maior desafio do Brasil na sustentabilidade atualmente é o aspecto da governança, isto é, garantir o cumprimento das leis brasileiras. O agronegócio precisa de segurança jurídica, e não de novas leis. Além disso, há necessidade de o setor discutir os investimentos estrangeiros no Brasil e a desigualdade. Hoje, 85% da renda gerada pelo agro vem de apenas 16% das propriedades. É preciso olhar para a dinâmica da competitividade, que é importante. A Sociedade Rural Brasileira (SRB) comentou que o Brasil pode ser um país de terceiro mundo em muitas áreas, mas não no agronegócio. O País é relevante no cenário global. Ressalta-se também a importância de avanços tecnológicos na produção do campo. A BRF afirmou que a sustentabilidade, a rentabilidade e a tecnologia são fundamentais para o futuro do agronegócio. O ano de 2020 foi desafiador e o agravamento da pandemia preocupa do ponto de vista social e econômico.

No aspecto do agronegócio, entretanto, todos os segmentos continuam operando com eficiência. Os desafios mais relevantes para o agronegócio no curto e médio prazos estão ligados ao tema da sustentabilidade. Não basta haver uma mudança na percepção do agronegócio quanto ao assunto, mas é preciso sustentar essa alteração com uma atuação consistente, alinhada com a legislação ambiental brasileira. Dessa forma, será possível afastar qualquer risco sobre a produção brasileira e sobre o consumo global dessa produção, dada a absoluta relevância do Brasil no cenário internacional. Não existe outro país com as condições semelhantes às do Brasil para aumentar a produção de alimentos na proporção que o mundo vai precisar até 2050. Nesse aspecto, é importante salientar a capacidade de o País de escalar a produção, aumentando a produtividade, sem precisar derrubar árvores para isso, mas podendo utilizar, por exemplo, meios de conversão de áreas de pastagem para agricultura.

Na BRF, a longa cadeia de produção é outro desafio, mas ele ressalta que, no que diz respeito à sustentabilidade, a empresa tem avançado, com cadeia integrada, com as granjas fora do bioma amazônico. Em relação ao cenário atual, os preços das commodities agrícolas estão em patamares elevados e devem continuar firmes. Isso porque a China continua importando bastante para se abastecer durante o processo de recuperação do rebanho de suínos do país. O governador de São Paulo, João Doria, afirmou que o Brasil vive hoje a pior crise de imagem de sua história no mercado internacional. Ele disse reconhecer o esforço da ministra (da Agricultura) Tereza Cristina, mas é muito difícil esforço isolado dentro de um governo desconectado, de total incapacidade de articulação internacional.

Para o governador paulista, nunca se viu uma imagem tão ruim do Brasil como se vê nesse momento no mercado internacional e não é direcionada ao agro e sim ao País, com negacionismo e vice-líder mundial em mortes por Covid-19. Na avaliação de Doria, a crise de imagem do País será difícil de ser modificada rapidamente, por maior que seja o esforço da ministra Tereza Cristina. A gestão política do País e a geopolítica administrativa é muito ruim, não apenas no Itamaraty. Segundo Doria, em virtude da "desconexão" do governo federal, os Estados brasileiros líderes na produção agropecuária acabam fazendo políticas individualizadas de defesa do setor no exterior. O que dificulta muito. Melhor seria união pela defesa da imagem do agronegócio para ampliar exportações. Não há preocupação no governo federal de formação de uma imagem real fundamentada na realidade do País apesar da boa vontade da ministra, avaliou Doria.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que o Brasil só conseguirá melhorar a sua imagem no exterior mudando o presidente da República. Ele considera que o presidente é um problema gravíssimo. O governo insiste em ficar em conflito. Para ele, não adianta trocar ministro das Relações Exteriores porque a imagem está ligada ao presidente da República. Segundo Leite, até que ocorra a troca do presidente por meio de processo eleitoral, os Estados, agentes privados do agronegócio e embaixadas tendem a intensificar os esforços para mostrar as boas iniciativas ambientais do País. Até lá, é preciso fazer um grande esforço para mitigar os danos causados na imagem internacional do Brasil, em função de declarações infelizes e confronto que o presidente insiste em estabelecer na questão ambiental e com parceiros comerciais importantes.

Na visão do governador da Bahia, Rui Costa, é preciso ter responsabilidade não somente no trato direto com o meio ambiente, mas também na mensagem repassada ao público externo. Parte do desgaste que o Brasil sofre vem de declarações infelizes dadas por membros do governo federal, o que corroeu a imagem do agronegócio, que tem trabalhado bastante nessa questão. O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes defendeu que o Brasil enfrente o desafio ambiental, cobrando o cumprimento da legislação ambiental. Para o governador do Paraná, Ratinho Júnior, por ter o agronegócio como motor da economia o País não tem escolha de não ser sustentável. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.