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09/Abr/2021

Sinais de um novo ciclo para algumas commodities

Um novo ciclo de alta de commodities "está pegando tração" no mundo. No ano passado, os preços globais de grãos e outras commodities agrícolas caíram por causa da pandemia de coronavírus, mas este ano estão novamente em alta, e em alta em dólar, não só em real, como vimos acontecer no Brasil em 2020. Números do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgados em abril apontam para um crescimento global de 6% em 2021. O grande destaque sem dúvida são os Estados Unidos, que devem crescer 6,4%, e a China, 8,4%. O motivo para a retomada da demanda será a saída do mundo da pandemia de Covid-19, com vacinação em massa, e a consequente retomada do consumo.

Há também o plano de expansão da economia norte-americana, recentemente anunciado pelo governo Joe Biden, com investimentos de US$ 3 trilhões nos próximos quatro anos, além de expansão de gastos da ordem de US$ 1,9 trilhão. Esses fatores somados resultariam na maior expansão fiscal registrada em muitas décadas. A saída da pandemia e os investimentos norte-americanos certamente terão efeito em todos os mercados. Além disso, Biden tem uma pauta ambiental extremamente forte e há quem fale que existem projetos de expansão de biocombustíveis nos Estados Unidos novamente. Isso vai pressionar mais ainda os mercados agrícolas, como ocorreu quando o etanol de milho teve expansão no país.

Recentemente, mais de 12 refinarias norte-americanas de diesel converteram as operações para biodiesel. Essa demanda por biocombustível, igualmente, pressionará os mercados. Sobre a China, há suspeita de que o país asiático não tem conseguido recompor o rebanho suíno no ritmo anunciado pelo governo, após o surto de peste suína africana (PSA). Há demanda de novo por importação de carne suína, principalmente norte-americana; o preço do suíno nos Estados Unidos avançou. Além disso, os preços da carne suína na China subiram, entre outros indícios de que o gigante asiático ainda enfrenta escassez da proteína.

Esses dados fazem crer que o rebanho suíno da China é menor do que o informado. Em paralelo, o forte crescimento da economia da China também pressionará os mercados agropecuários e a expectativa, com isso, é de continuidade de alta de preços em dólar de commodities agrícolas. O mercado já percebeu isso e grandes operadores de commodities agrícolas no mercado internacional estão bastante comprados, porque sabem que o preço deve subir. É o nível mais alto de compra registrado até hoje. Esse movimento impulsiona os preços em dólar. No Brasil, apesar da forte entrada de dólares por causa das exportações de commodities, a moeda norte-americana não cede.

A perspectiva é de que este ano entrem no País US$ 75 bilhões, ante menos de US$ 50 bilhões em 2020. Deveria ceder, mas não cede por causa do risco País e da crise fiscal atual, agravada pela Covid-19. Desde o ano passado, o Real continuou fraco, não obstante o salto enorme dos preços em dólares de todas as commodities agrícolas. O mercado acredita que agora o dólar permanecerá cotado entre R$ 5,20 a R$ 5,80. Apesar disso, o auxílio emergencial do governo deve continuar para atender à população de baixa renda, que também enfrenta uma das maiores taxas de desemprego do País. Como há forte relação entre a crise fiscal e a taxa de câmbio, o mercado deve continuar apostando num câmbio valorizado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.