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05/Abr/2021

Preços de commodities avançaram no 1º trimestre

Com variações moderadas em março, as cotações internacionais das principais commodities agrícolas exportadas pelo Brasil seguiram em elevado patamar e fecharam o primeiro trimestre com médias superiores às do mesmo período nos últimos anos. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros de segunda posição de entrega da soja em grão subiram 8,91% nos três primeiros meses de 2021, acumularam valorização de 60,51% em 12 meses e fecharam o primeiro trimestre com preço médio (US$ 13,87 por bushel) 54,2% superior ao de igual intervalo do ano passado. É a maior média para um primeiro trimestre desde 2013. Além do aumento do interesse do mercado financeiro pelo ativo, colabora para manter a soja em níveis elevados a forte demanda internacional mesmo em tempos de pandemia, principalmente na China, que está ampliando sua produção de carne de frango e recompondo o plantel de suínos, embora esse processo ainda esteja sendo prejudicado pela peste suína africana (PSA).

O Brasil lidera a produção e as exportações mundiais de soja. O cenário parece ainda mais favorável com a divulgação, no dia 31 de março, de estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a área plantada no país na próxima safra (2021/2022). O USDA projetou 35,5 milhões de hectares para a soja, 5% mais que neste ciclo, mas número aquém das expectativas. Para o milho estão previstos 36,9 milhões de hectares nos Estados Unidos, 1% acima de 2020/2021 e menos do que o esperado. O apetite por commodities e as importações chinesas oferecem suporte ao cereal, cujos preços registraram altas de 13,3% este ano e de 58,26% nos últimos 12 meses. Assim, os papéis de segunda posição fecharam o primeiro trimestre na Bolsa de Chicago com uma média (US$ 5,34 por bushel) 41,31% maior que a registrada de janeiro e março de 2020, a mais elevada para o período desde 2013.

Na Bolsa de Nova York, o destaque tem sido a recuperação do algodão, em parte impulsionado pela expectativa de retomada da indústria têxtil quando a pandemia for finalmente controlada. Os contratos futuros de segunda posição de entrega da “soft commodity” avançaram 4,41% no primeiro trimestre e 61,43% nos últimos 12 meses, alcançando uma média (85,26 centavos de dólar por libra-peso) no primeiro trimestre 30,72% superior à de um ano atrás e a mais elevada para o período desde 2018. Caminhando juntos na Bolsa de Nova York, açúcar e café, cujas produções e exportações são encabeçadas pelo Brasil, onde adversidades climáticas tendem a prejudicar a oferta deste ano, e que sofrem particular influência da relação entre dólar e Real, engrossam a tendência altista. No mercado de açúcar, os contratos subiram 0,61% no primeiro trimestre e acumularam alta de 40,67% em 12 meses.

A média trimestral atingiu 15,54 centavos de dólar por libra-peso, 15,46% maior que verificada entre janeiro e março de 2020 e a maior para o intervalo desde 2017. No caso do café, houve queda de 3,65% desde início do ano, mas nos últimos 12 meses a alta ainda foi de 4,2%. Embora mais pressionado, o valor médio do primeiro trimestre (128,89 centavos de dólar por libra-peso) foi 14,63% superior ao de entre janeiro e março de 2020 e atingiu o maior patamar também desde 2017. No mercado de suco de laranja, houve quedas de 9,4% este ano e de 5,56% nos últimos 12 meses. Mesmo assim, a média do primeiro trimestre foi 15,02% maior do que a de igual intervalo de 2020. O Brasil lidera as exportações do produto, e a elevação dos estoques de suco brasileiro no último ano colabora para limitar o espaço para aumentos das cotações. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.