ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

31/Mar/2021

PIB: revisão na projeção de crescimento em 2021

O recrudescimento da pandemia de Covid-19 no Brasil fez o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reduzir sua expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Em meio ao endurecimento das medidas restritivas necessárias ao combate da disseminação do coronavírus, a projeção passou de um avanço de 4%, divulgado em dezembro, para uma alta agora de 3%. Além de aumento das incertezas relacionada à política fiscal. Mas, o principal motivo para a revisão do PIB é a pandemia. Na Carta de Conjuntura divulgada nesta terça-feira (30/03), o Ipea prevê que o PIB brasileiro recuará 0,5% no primeiro trimestre de 2021 ante o último trimestre de 2020. As medidas sanitárias contra o agravamento da pandemia afetarão a atividade econômica no curto prazo, prejudicando o desempenho do primeiro semestre.

No entanto, a expectativa é que o impacto negativo seja significativo, mas menos agudo do que o registrado no segundo trimestre de 2020, quando o novo coronavírus derrubou mais intensamente a economia no País. De fato, o aprendizado das empresas sobre como operar nesse ambiente de distanciamento social permite esperar uma ruptura menos drástica dos processos de produção e comercialização de bens. Além disso, e mais fundamental, há o fato de que o processo de vacinação da população contra o novo coronavírus já se encontra em curso, o que torna o horizonte menos incerto em comparação com um ano atrás: naquele momento, as dúvidas giravam em torno de ‘se e quando’ haveria vacina. Agora, a incerteza diz respeito apenas a ‘quando’ uma parcela suficientemente grande da população estará vacinada. Espera-se, como consequência, que as medidas de distanciamento social tenham menor duração.

O cenário esperado pelo órgão de uma vacinação em ritmo avançado no segundo semestre permitirá a retomada do crescimento ainda na segunda metade de 2021. As condições ainda deterioradas do mercado de trabalho e o desequilíbrio fiscal serão questões críticas a enfrentar, mas a atividade econômica pode contar com um impulso do crescimento internacional em ritmo acelerado. No ano seguinte, em 2022, a projeção é de que o PIB avance 2,8%. Quanto às projeções para as principais atividades econômicas, o PIB da Indústria deve avançar 3,7% em 2021, seguido de alta de 2,5% em 2022. O PIB de Serviços deve ter expansão de 2,8% em 2021, além de alta de 3,0% em 2022. O PIB da Agropecuária cresceria 2,2% em 2020 e mais 2,0% em 2021. Sob a ótica da demanda, o consumo das Famílias deve aumentar 2,7% em 2021, seguido de alta de 2,7% em 2022, enquanto o consumo do governo subiria 2,0% em 2021 e mais 2,0% em 2022.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) deve avançar 5,8% em 2021, seguido de elevação de 4,6% em 2022. As exportações teriam expansão de 3,6% em 2021 e de 4,8% em 2022, enquanto as importações cresceriam 5,2% em 2021 e 5,3% em 2022. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar 2021 em 4,6%, e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deve avançar 4,3%, ambos apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dois indicadores de inflação terminariam o ano de 2022 com alta de 3,4%, em um cenário de taxa básica de juros, a Selic, mais elevada e de incertezas fiscais controladas. As projeções do Ipea consideram que a Selic encerre 2021 em 5,00% ao ano, subindo a 6,00% ao fim de 2022. A taxa de câmbio seria de R$ 5,30 ao fim deste ano, descendo a R$ 5,25 ao término do ano que vem. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.