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29/Mar/2021

Dólar sobe e acumula forte alta na última semana

O dólar fechou em forte alta na sexta-feira (26/03), em meio a um expressivo movimento de compras defensivas diante de intensos ruídos sobre a postura do Banco Central em relação ao câmbio e da falta de perspectivas de fluxo e de melhora econômica de curto prazo. Na semana passada, o dólar teve a maior alta em nove meses, alavancado pelo aumento de percepção de risco político-fiscal e fortalecimento da moeda no exterior. O dólar avançou 1,25% na sexta-feira (26/03), para R$ 5,74. A moeda variou entre R$ 5,65 (-0,26%) e R$ 5,75 (+1,55%). No mercado, há dúvidas sobre a atuação do Banco central quanto ao câmbio, pois não tomou providências com o Real tendo pior performance relativa.

Na quinta-feira (25/03), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou ser equivocada a visão de que intervenções no câmbio feitas pela autoridade monetária em dias em que o Real está apreciando estariam ligadas ao cenário inflacionário e reforçou que o câmbio é flutuante. Ainda, que o Banco Central entende que o efeito que o câmbio traz é o efeito inflacionário através dos canais. Ele sinalizou que os juros poderiam subir menos do que o projetado pelo mercado, o que seria um revés para o câmbio. Alguns agentes acreditam que o Banco Central se comunicou mal sobre o dólar e deu a sensação que deixará o câmbio depreciar. Nessa linha, circularam nas mesas de operação informações de que a equipe econômica teria debatido o custo/benefício de intervenções mais agressivas no câmbio e que, no fim, teria convencido a diretoria do Banco Central a se afastar de maior ativismo.

A impressão gerada no mercado pela recente postura do Banco Central é oposta à percebida apenas duas semanas atrás, quando a autarquia chegou a fazer oferta de moeda à vista mesmo com o dólar em queda, surpreendendo o mercado. Isso reforça a falta de leitura comum dos investidores em relação à visão do Banco Central sobre o momento de forte pressão cambial. Em meio às dúvidas sobre a estratégia do Banco Central, o mercado embute nos preços do câmbio nova deterioração das expectativas econômicas no Brasil, na esteira do recrudescimento da crise sanitária, que já afeta projeções para PIB, inflação e juros, enquanto outras economias aceleram a retomada da crise de Covid-19. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.