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29/Mar/2021

Tecnologia na agricultura: Brasil está na vanguarda

Segundo a McKinsey na América Latina, o Brasil continua líder na digitalização no campo em relação aos seus principais concorrentes, Estados Unidos e Europa. Na segunda edição da pesquisa "A cabeça do agricultor brasileiro na era digital - pulso 2021", cerca de 600 produtores brasileiros, de diferentes culturas, foram entrevistados. Foram pesquisados produtores de algodão, de grãos no MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) de hortaliças, de cana-de-açúcar, de café e de grãos no Sul do País. Uma das principais conclusões do levantamento foi de que o Brasil continua na vanguarda da digitalização na agricultura. Antes da pandemia, 36% dos agricultores brasileiros utilizavam meios digitais para realizar compras de insumos e maquinários, ante 24% nos Estados Unidos e 15% na União Europeia. Já em 2021, houve um salto de 10% no Brasil, com 46% dos produtores rurais lançando mão de ferramentas digitais para compra de insumos e outros produtos pertinentes à atividade. Nos Estados Unidos, o salto foi de 7%, para 31%, e, na União Europeia, de 7% também, para 22%.

Os resultados para o Brasil foram semelhantes sob alguns aspectos nos Estados Unidos e Europa e a pandemia, de fato, acelerou bastante a digitalização no mundo. Além disso, um "mito" foi derrubado na pesquisa com os produtores brasileiros. O "mito" previa que o agricultor usa mais a digitalização apenas para cotar preços. Mas, isso não é verdade. Ele faz desde a pesquisa de preços, compara produtos e preços, o suporte técnico, entre outros itens. Justamente por isso, há um desafio maior de desenvolver ofertas digitais para oferecer serviços de ponta a ponta para o produtor. Ainda conforme a pesquisa, o produtor brasileiro usa o whatsapp para 55% de suas ações digitais. Além disso, 62% disseram que o que os leva a escolher uma empresa específica para compras online é uma "boa experiência". "O preço foi apontado por 16%. Além de comprar online, o produtor também está disposto, cada vez mais, a vender online.

Segundo a pesquisa da McKinsey, um terço dos produtores brasileiros estão dispostos a vender até 70% de sua produção no formato online. De 2020 para 2021, este número dobrou e saltou de 18 para 37 os produtores que topariam vender pelo menos 70% de sua produção online. Mesmo com o produtor cada vez mais conectado, a interação pessoal continua forte no campo, embora agora essa relação precisa ser de "multicanalidade". É necessário coexistir o ambiente físico com a ferramenta digital ao longo da jornada de compra e venda. A agricultura digital está menos relacionada à cultura agrícola, e mais relacionada à idade e ao tamanho dos produtores. Em suma, quanto mais jovem o produtor e quanto maior a área cultivada, maior o interesse do produtor em lançar mão de canais digitais. Agricultores mais propensos a usar ferramentas digitais como principal canal de compra e aqueles que estão mais dispostos a vender no mínimo 50% da sua produção online são aqueles com menos de 45 anos. Além disso, 71% das propriedades acima de 2.500 hectares pretendem vender online sua produção.

Em relação à idade, foi apurado também que os produtores mais jovens têm mais disposição em experimentar serviços financeiros mais sofisticados e digitais, como fintechs, por exemplo. Um dos gargalos apontados, porém, para um maior uso de tecnologia no campo, especificamente a agricultura de precisão, são o custo da tecnologia e a falta de infraestrutura, como conectividade no campo, por exemplo. Outra questão apurada é que 39% dos produtores brasileiros lançaram mão do barter para aquisição de insumos para o plantio da safra, enquanto em 2020 esse porcentual foi de 35%. Sob este aspecto, um terço dos produtores usam o barter para adquirir apenas um tipo de insumo (sementes, por exemplo); o outro um terço utiliza a ferramenta para adquirir dois produtos (sementes e defensivos, por exemplo) e o restante um terço usa o barter para adquirir sementes, defensivos e adubos, ou seja, os três insumos principais para o plantio da safra. Quanto aos créditos de carbono, 66% disseram que têm "extremo interesse" no assunto, mas consideram não entender do tema. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.