ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

26/Mar/2021

Crédito Rural: previsão é de mais bancos privados

O Ministério da Agricultura tem expectativa de que mais bancos privados passem a oferecer crédito rural com equalização do Tesouro Nacional. Se os bancos privados entrarem, será positivo e ajudará a amortecer a questão dos recursos e taxas. A Lei do Agro, aprovada há um ano, abriu a possibilidade para bancos privados também oferecerem linhas do Plano Safra com taxas equalizadas. Até então, apenas Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Sicredi, Bancoob e Cresol contavam com essa opção. A entrada de novos bancos, como deve ocorrer com Banrisul e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) na próxima safra, aumentaria a concorrência e ajudaria a reduzir os custos administrativos e financeiros (os chamados spreads cobrados por bancos em cima do custo de captação do dinheiro), contribuindo também para diminuir a pressão sobre o Tesouro por subvenção na remuneração das instituições financeiras.

O Ministério da Agricultura terá de buscar o equilíbrio entre taxa de juros e volume de recursos, uma referência ao montante que o Mapa terá para equalizar taxas de juros em um cenário de Selic mais alta, agora de 2,75% ao ano. Neste cenário, seria necessário mais do que os R$ 11,5 bilhões da safra atual para ao menos garantir as mesmas taxas e o mesmo montante do Plano Safra 2020/2021, de R$ 236,3 bilhões. Quanto menor o juro (cobrado do setor), menor o recurso (total ofertado no Plano Safra), porque se gasta mais para viabilizar um montante. Quanto maior a taxa (cobrada nas linhas), maior o volume de recursos que se tem. É esse o equilíbrio que deve ser buscado. Nos programas de investimento, será preciso repensar, pela forte demanda. Será necessário avaliar também como os bancos privados vão se comportar na próxima safra.

Dos cerca de R$ 150 bilhões liberados até o momento na safra 2020/2021, entre R$ 47 e R$ 48 bilhões foram concedidos com taxas de juros de mercado. Então, quanto mais recursos houver, a taxa de juros poderá ser puxada para patamares mais reduzidos. Segundo o Ministério da Agricultura, a pandemia de Covid-19 retardou o fluxo de crédito privado de alguns agentes para o agronegócio. Agentes do mercado como bancos, fintechs e tradings também precisaram de tempo para se familiarizar com as novas regras da Lei do Agro, aprovada há um ano. Entre as mudanças estabelecidas pela lei estão a possibilidade de emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) referenciados em dólar e de bancos privados fornecerem crédito rural do Plano Safra com taxas de juros equalizadas pelo governo.

No ano passado, securitizadoras apontaram que a pandemia retardou a busca de investidores estrangeiros por CRAs "em dólar", em virtude da procura por mercados mais maduros, como o norte-americano e o europeu. Agora, os agentes do mercado já têm maior conhecimento sobre a Lei do Agro e nesse ano deve ser um pouco mais forte a oferta de crédito. Quanto à entrada de novos bancos no crédito oficial com equalização de taxas, mais instituições, além de Banrisul e BRDE, devem manifestar interesse. Serão avaliadas as fontes mais caras e mais baratas, a capilaridade dos bancos, quem tem estrutura para operar no Brasil inteiro. Os grandes produtores devem continuar encontrando boa oferta de crédito com taxas de mercado nos bancos ou por meio de operações estruturadas, como os próprios CRAs. A criação de fundos também vai ajudar. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.