ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

26/Mar/2021

Mercosul completa 30 anos e necessitará avanços

Criado em 26 de março de 1991, o Mercosul completa 30 anos nesta sexta-feira (26/03) e a avaliação da indústria é de que o bloco trouxe muitos benefícios econômicos, mas é preciso avançar mais. Em declaração conjunta que deve ser aprovada nesta quinta pelo Conselho Industrial do Mercosul, os líderes de entidades industriais de quatro países do bloco (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) defendem a retomada do crescimento econômico do grupo, maior participação do setor empresarial na agenda econômica e comercial do bloco, fortalecimento do livre comércio e ampliação de acordos com países estratégicos que representem ganhos efetivos. Representando o Brasil no conselho, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que, durante as três décadas, o Mercosul contribuiu para a redução de barreiras tarifárias e atração de investimentos externos que formaram uma integração produtiva em setores de forte impacto econômico e social. Mas, é preciso ser fortalecido neste momento. O Mercosul é a mais relevante iniciativa de inserção internacional do Brasil até o momento.

Porém, o futuro do bloco depende de mais crescimento econômico, do aumento da competitividade e da maior integração interna dos países. A avaliação da entidade é que é preciso melhorar, sem perder os benefícios atuais do bloco. O bloco parou de crescer e isso prejudica o Brasil. Em documento, a entidade destaca os resultados econômicos para o Brasil proporcionados pelo bloco. Entre 2011 e 2020, por exemplo, o saldo comercial do Brasil com o Mercosul foi de US$ 54,9 bilhões, com a pauta mais diversificada entre todos os grandes destinos de exportações brasileiras. O saldo só fica atrás da China (US$ 158,3 bilhões), com a ressalva de que a pauta exportadora com o país asiático é concentrada em poucos produtos. O comércio do bloco resulta também na maior massa salarial por bilhão de Reais exportado e produz o maior impacto em cadeia no Brasil. Com relação a empregos, o Mercosul é o segundo destino em que as exportações brasileiras geram mais emprego, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Apesar disso, os países do bloco, inclusive o Brasil, passam por um período de deterioração econômica e da comoditização da pauta de exportação. Para reverter o quadro, o setor industrial propõe que sejam elaboradas e implementadas metas macroeconômicas realistas para estabilizar economicamente a região. Devem ser descartados objetivos não viáveis, como moeda única ou convergência macroeconômica. Outros desafios do bloco são as barreiras não tarifárias e a demora para internalizar compromissos. Como exemplo, destaca-se, o acordo para liberalização de compras governamentais do Mercosul, que foi celebrado em 2017, mas continua no Congresso. A CNI defende ainda como prioritária a rápida conclusão do Acordo Mercosul-União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), bloco formado por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça. Além disso, defende acordos de livre comércio efetivo com os Estados Unidos, além de parcerias com México, Canadá, Reino Unido, América Central e aprofundamento de acordos com a América do Sul. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.