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23/Mar/2021

Mercado financeiro avança em critérios ambientais

Segundo a empresa de consultoria Mazars, em meio aos desafios trazidos pela Covid-19 e em um período em que os olhares de toda a sociedade se voltaram às questões ligadas a temas ambientais, sociais e de governança (ESG), os bancos em todo o mundo também avançaram em suas práticas. De olho na maior demanda, 87% das instituições financeiras agora oferecem produtos com características "responsáveis" a seus clientes, ante uma média de 47% no ano passado. Foram analisados 37 bancos globalmente e os dois maiores privados no Brasil estão nessa lista: Itaú Unibanco e Bradesco. Neste ano, em média, 74% dos bancos globais contam com medidas que fomentam a cultura de sustentabilidade e adaptaram suas estruturas de governança. Na pesquisa conduzida no ano passado esse percentual era de 49%. O ambiente pandêmico trouxe desafios a todos.

Para os bancos, a gestão do crédito e da flexibilização de liquidez foram temas centrais. No entanto, a estrutura de gerenciamento integrado de riscos dos bancos já tem como requisito o risco socioambiental. Os bancos, portanto, seguem com o tema ESG como parte relevante e indissociável no seu processo de gestão integrada de riscos. O assunto ganhou ainda mais relevância quando o Banco Central incluiu a dimensão Sustentabilidade na agenda institucional AgendaBC#. O avanço vai ao encontro da visão de que o mundo financeiro não pode mais ver seu futuro separado do meio ambiente e das mudanças climáticas. Apenas em 2020, os riscos naturais resultaram em US$ 210 bilhões em danos. Somado a isso, o Banco da Inglaterra estima que até US$ 20 trilhões em ativos podem estar em risco por causa de mudanças climáticas.

Do total dos bancos analisados, 84% têm programas de treinamento sobre sustentabilidade, 81% têm políticas relativas à sustentabilidade e 84% fizeram declarações de compromisso sobre esse tema. Dentre os temas que ainda têm amplo espaço para evolução, o requerimento de que o conselho de administração tenha experiência e conhecimento comprovado em questões ESG é adotada por 43% dos bancos e somente 41% deles têm estruturas de incentivo atreladas às métricas ESG. Como sustentabilidade e rentabilidade não são excludentes, os bancos cada vez mais precisam priorizar essa pauta. Alguns dos desafios mais interessantes seriam a criação de linha financeira de liquidez sustentável e o estabelecimento de incentivos para o crédito rural verde. O Banco Central estabeleceu um cronograma de ações envolvendo parcerias, políticas, supervisão e regulação com muitas definições ainda em 2021. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.