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18/Mar/2021

Pandemia acelera venda de alimentos saudáveis

O consumo de alimentos saudáveis, que já vinha ganhando força entre os brasileiros, foi acelerado pela pandemia. Segundo a Euromonitor Internacional, as vendas desses produtos, que incluem de produtos sem glúten ou com menor teor de sódio a orgânicos certificados, atingiram R$ 100 bilhões no País em 2020. Foi a maior cifra para essa categoria de alimentos desde 2006, quando esse segmento começou a ser monitorado. Em relação a 2019, o avanço foi de 3,5%. O movimento também foi constatado pela RG Nutri, especializada em nutrição e alimentação. No final de 2020, em parceria com a Tech Fit, a consultoria foi a campo para avaliar como estava a alimentação do brasileiro na pandemia. Ouviu cerca de mil pessoas e descobriu que 78% delas começaram a ficar mais atentas à alimentação e à saúde, e que 53% estavam buscando informação sobre a função dos alimentos.

O consumidor começou a se preocupar muito mais com a sua saúde, de maneira holística, e com todo o sistema alimentar, de forma sustentável. Essa mudança de comportamento do brasileiro, que está mais tempo em casa e experimentou novas possibilidades, obrigou grandes e tradicionais indústrias de alimentos a reverem o seu modo de produção e de uma forma mais ágil, se aproximando de startups. Também as linhas de produtos foram reavaliadas. No último ano, houve crescimento de novos alimentos e bebidas focados na ética e na sustentabilidade, com preocupação de não afetar negativamente o meio ambiente, usar embalagens sustentáveis e menos ingredientes como açúcar, gordura e sódio, segundo a consultoria Mintel.

Em comum entre todas as macro categorias, observa-se que a pandemia provocou um aumento no lançamento de produtos que falam de mais naturalidade, funcionalidade e sustentabilidade. As novas demandas do consumidor por alimentos sustentáveis e o crescimento acelerado das startups do setor têm pressionado a indústria tradicional de alimentos a buscar caminhos mais rápidos para inovar. Um dos setores em que esse movimento é nítido é na indústria de carnes e de produtos lácteos, que tem lançado itens à base de plantas (plantbased), que imitam os de origem animal. Nos últimos dois anos, as vendas de alimentos plantbased no varejo cresceram 29%. Só entre dezembro e janeiro deste ano, 32 produtos com esse perfil chegaram ao mercado. Um deles é o hambúrguer vegetal Futuro Burger 2030, da startup Fazenda Futuro.

Feito a partir de uma nova matriz que imita a carne bovina, a empresa diz que o produto é mais sustentável, saudável e com sabor e textura ainda mais próximos da versão animal. Esse foi o terceiro lançamento da startup nos últimos 12 meses. A venda dessa categoria cresce, em média, acima de 150% desde maio de 2019 no Extra e Pão de Açúcar, rede varejista parceria. A relação de consumo, principalmente de alimentos, será outra após a pandemia. O propósito da Fazenda Futuro é produzir carne sem nada de origem animal e permitir que as pessoas continuem comendo o que gostam, mas sem fazer parte de uma cadeia de impactos ao meio ambiente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.