08/Apr/2025
Em resposta ao aumento da taxa Selic e à escassez de linhas de crédito em reais, como as do Moderfrota e Pronaf, a John Deere está intensificando o uso de financiamentos em dólar para seus clientes no Brasil. Alex Ferreira, CEO do Banco John Deere, destacou que o financiamento em reais com taxa fixa tornou-se desafiador devido ao esgotamento dessas linhas de crédito.
Alternativas de Financiamento em Dólar:
1. Linha de Taxa Fixa do BNDES em Dólar (TFBD): Oferece juros em torno de 8% ao ano, destinada exclusivamente ao financiamento de equipamentos produzidos no Brasil.
2. Recursos Próprios Captados no Exterior: Utilizados para financiar a aquisição de máquinas agrícolas importadas, com taxas de mercado.
Essas opções têm ganhado espaço na carteira do banco, especialmente a linha do BNDES devido aos subsídios envolvidos. Durante a Agrishow, que ocorrerá de 28 de abril a 2 de maio em Ribeirão Preto, a empresa pretende focar nesses empréstimos em dólar, prevendo uma migração significativa dos financiamentos em reais para essa modalidade.
Gestão de Risco Cambial:
O Banco John Deere não realiza hedge cambial diretamente, mas alinha os pagamentos em dólar com as operações de hedge de grãos efetuadas pelos próprios agricultores. Ao travar o custo de uma parte da produção na venda futura, o produtor protege-se contra variações cambiais que possam impactar negativamente os pagamentos dos financiamentos.
Público-Alvo:
Devido à complexidade dessas operações, os financiamentos em dólar são direcionados principalmente a grandes produtores com governança robusta. Para pequenos e médios agricultores, o banco continua oferecendo alternativas subsidiadas em reais. Ferreira observa um otimismo crescente entre os agricultores em comparação a 2024, indicando uma perspectiva de leve aumento no volume de financiamentos neste ano.
Contexto do Setor:
A estratégia da John Deere reflete uma tendência mais ampla no setor agrícola brasileiro, onde instituições financeiras como o Itaú BBA também estão promovendo financiamentos em moeda estrangeira para mitigar os efeitos da alta da Selic sobre os tomadores de crédito. Essa abordagem evidencia a adaptação das empresas do agronegócio às atuais condições econômicas, buscando soluções financeiras que viabilizem investimentos contínuos no setor.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.